segunda-feira, março 03, 2008

A MONTANHA DE EL MARTIAL

Subo pela montanha. Ao fim de algumas horas
sento-me numa rocha mais alta para ver
a claridade do vale: pontes que atravessam ravinas,
animais solitários que procuram um caminho,
sinais perdidos nas penumbra.

Daqui vejo como a poeia
foi desaparecendo do mundo. Ou como
o seu sentido mudou - o poeta
devia interpretar as meteorologias, prever
as tempestades, não dar voz às coisas
do mundo nem às pequenas glórias.
Se houvesse uma obrigação digna e perfeita
seria esta: subir a montanha,
esgotar as suas forças, contemplar o vale.