quarta-feira, setembro 22, 2010

Viagem ao Canadá e EUA – 3. Cidade de Montreal

No alvor do dia 5 abandonámos a Cidade do Quebeque no já habitual horário das 8h 30m, para percorrer os cerca de 300 quilómetros que nos separam do terceiro objectivo da viagem, a cidade de Montreal.
De registar a nossa passagem pela Universidade de Laval, cujas origens remontam a 1663, tendo sido a primeira universidade francófona a ser criada no continente americano. A história desta universidade confunde-se com a da província do Quebeque, ela formou a elite intelectual do Quebeque francófono e a sua influência ainda é hoje marcante.
A viagem decorreu sem nada de importante a assinalar e aproveitámos para recolher um conjunto de informações sobre a realidade canadiana, em conversa com o nosso guia Guidorizzi, que se mostrou bem documentado nesta matéria. Reproduzimos algumas delas: Na actual estrutura política o Chefe de Estado é a Rainha de Inglaterra a qual é representada no país por um Governador-Geral, nomeado para mandatos de 5 anos. Presentemente o cargo é ocupado por uma senhora de origem haitiana. O cargo é de natureza exclusivamente protocolar, e na constituição está previsto a possibilidade da sua extinção. Recorde-se que o Canadá pertence à Commonwealth.
O Chefe do Governo é o Primeiro-ministro, leader do partido mais votado nas eleições para o Parlamento Federal (Câmara dos Comuns). Para além da Câmara dos Comuns (Poder Legislativo) existe o Senado (Poder Fiscalizador) cujos membros são de nomeação vitalícia.
A idade geral para a reforma é de 65 anos, havendo excepções para profissões de desgaste rápido. O limiar de pobreza está fixado em $17.000 anuais, e abaixo desse valor a família pode beneficiar de ajuda financeira e tem acesso à saúde e à educação totalmente grátis.
Toda a medicina é convencionada, à excepção da cirurgia plástica estética e dos dentistas. Existem seguros de saúde facultativos que têm um carácter complementar do serviço público.
O imposto sobre o rendimento tem o escalão mais baixo de 17% e o mais alto ultrapassa os 50%. As férias são no geral de 2 semanas anuais e não existe o pagamento do 13º e 14º meses. Alguns ordenados mensais médios: polícia $5.000; professor primário: $4.000; professor universitário $6.000.
Chegados a Montreal, fomos almoçar a um restaurante situado na denominada “cidade subterrânea”. Trata-se de uma vasta rede de amplos corredores bem iluminados que se estendem por 32 km, ladeados por mais de 1.660 lojas, 200 restaurantes, hotéis, cinemas e outro equipamento social. Esta cidade subterrânea permite aos cidadãos continuarem a fazer a sua vida habitual com o mínimo de transtornos, durante os rigorosos invernos que por aqui se verificam. Idêntica solução viemos a encontrar mais adiante na cidade de Toronto.
Após o almoço fomos fazer uma visita guiada, da qual destacamos: a Basílica de Notre-Dame-de-Montreal, a excelente vista que contemplámos do Plateau Mont-Royal (na companhia de um atrevido e fotogénico guaxinim) e a cerimónia religiosa do Santo Cristo na igreja dos portugueses, que tivemos a oportunidade de presenciar do nosso autobus.
Fomos ainda surpreendidos, numa galeria comercial, com um espectáculo de bizarras personagens (loiríssimos travestis, reluzentes oficiais nazis das SS, insinuantes damas de coleantes vestidos de cabedal, com curiosas aberturas que deixavam vislumbrar reduzidas e transparentes peças de lingerie, decididas dominadoras que de chicote em punho faziam antever dolorosas sevícias e intensos orgasmos, duas sensuais jovens entretidas em arriscados jogos eróticos, empoleiradas num pedestal, enfim só saúde…).
À chegada ao Hôtel des Gouverneurs, encontrámos a explicação para a insólita visão com que tínhamos sido brindados. Nada mais, nada menos do que a realização de um fim-de-semana fetiche (o Montreal Fetish Weekend) para o qual tinha sido reservado todo o 4º piso do nosso hotel… as cores do arco-íris teimavam em nos perseguir!
O jantar decorreu num simpático restaurante do Porto Velho após o qual regressámos, numa revigorante caminhada a pé, ao hotel. Aí tivemos oportunidade de assistir mais uma vez ao desfile dos fetishes, devidamente ataviados, para a sua festa que se desenrolava num teatro perto do hotel.

1 Comments:

Blogger Carlos Neves said...

Excelentes fotos. Enquanto na Europa há uma preocupação por conhecer os "Cascos Velhos", nessas Américas é tudo novo.
Gostava de ver as mesmas fotos e muitas outras com histórias de viagem. Parabéns pela reportagem.

23/9/10 17:24  

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