terça-feira, dezembro 17, 2024

No Museu de Lisboa uma viagem no tempo, do paleolítico até ao final do século XX

 

O ponto de encontro foi numa manhã soalheira do dia 5 de dezembro, na entrada do Palácio Pimenta, o antigo palácio de veraneio e antigo Museu da Cidade, hoje a sede dos cinco núcleos do novo Museu de Lisboa (os outros quatro são o Teatro Romano, Santo António, Torreão Poente e Casa dos Bicos).

Refira-se que em resultado de uma reabilitação, iniciada em 2015, este edifício ganhou nova vida e, com a reabertura do andar de cima, o espaço museológico foi reorganizado e enriquecido. No início do percurso, após uma visualização pormenorizada da maquete de Lisboa, já nossa conhecida de outras andanças, pudemos apreciar a belíssima escadaria, que estava há três anos longe do olhar dos visitantes, com os seus azulejos azuis e brancos, que datam da segunda metade do século XVIII, período em que o palácio foi erigido.

A visita guiada ofereceu-nos uma viagem no tempo, que começa com os primeiros achados arqueológicos do paleolítico e termina nos finais do século XX. Ela conduziu-nos por 11 salas e, mais do que uma visita meramente contemplativa centrada no valor artístico das peças expostas, convocou-nos para temas pouco abordados, como o papel de Lisboa no fenómeno global da escravatura, mostrando como esta transformou a paisagem humana da cidade, e também para a Inquisição, triste instituição que percorre mais de três séculos da história da cidade.

Destacamos também a sala dedicada ao terramoto de 1755, onde além das imagens e factos já muito conhecidos, apreciámos as gravuras que correram pela Europa na época – exemplificativas do grau de destruição –, e também o famoso plano de reconstrução da Baixa, bem como o conjunto das seis propostas então apresentadas.

Os cem anos mais recentes da história da cidade são a grande novidade, e aqui é dado destaque à Primeira República como momento fundador do Portugal atual, e onde é apresentada a expansão urbanística da cidade, lembrando a construção de estruturas como a ponte sobre o Tejo, o aeroporto e a rede de metro e também o Parque das Nações, criado para a Expo98.

Foi uma enriquecedora viagem pelo tempo, que nos permitiu recordar, através de obras como maquetas, gravuras, pinturas, fotografias, mobiliário, cerâmica e azulejos, alguns dos momentos marcantes da transformação desta nossa Lisboa que habitamos, uma das capitais mais antigas da Europa.
















2 Comments:

Blogger Luísa Falcão said...

Excelente! Bem hajam! Um grande abraço a essa equipa maravilha.

18/12/24 17:29  
Anonymous Anónimo said...

Sempre muito agradável de ler, são memórias que assim ficam escritas. Obrigada Glória.

18/12/24 21:20  

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