No Museu de Lisboa uma viagem no tempo, do paleolítico até ao final do século XX
O ponto de encontro foi numa manhã soalheira do dia 5 de
dezembro, na entrada do Palácio Pimenta, o antigo palácio de veraneio e antigo
Museu da Cidade, hoje a sede dos cinco núcleos do novo Museu de Lisboa (os
outros quatro são o Teatro Romano, Santo António, Torreão
Poente e Casa dos Bicos).
Refira-se que em resultado de uma reabilitação, iniciada em
2015, este edifício ganhou nova vida e, com a reabertura do andar de cima, o
espaço museológico foi reorganizado e enriquecido. No início do percurso, após
uma visualização pormenorizada da maquete de Lisboa, já nossa conhecida de
outras andanças, pudemos apreciar a belíssima escadaria, que estava há três
anos longe do olhar dos visitantes, com os seus azulejos azuis e brancos,
que datam da segunda metade do século XVIII, período em que o palácio foi
erigido.
A visita guiada ofereceu-nos uma viagem no tempo, que começa com
os primeiros achados arqueológicos do paleolítico e termina nos finais do
século XX. Ela conduziu-nos por 11 salas e, mais do que uma visita meramente
contemplativa centrada no valor artístico das peças expostas, convocou-nos para
temas pouco abordados, como o papel de Lisboa no fenómeno global da
escravatura, mostrando como esta transformou a paisagem humana da cidade, e
também para a Inquisição, triste instituição que percorre mais de três séculos
da história da cidade.
Destacamos também a sala dedicada ao terramoto de 1755, onde
além das imagens e factos já muito conhecidos, apreciámos as gravuras que
correram pela Europa na época – exemplificativas do grau de destruição –, e
também o famoso plano de reconstrução da Baixa, bem como o conjunto das seis
propostas então apresentadas.
Os cem anos mais recentes da história da cidade são a grande
novidade, e aqui é dado destaque à Primeira República como momento fundador do
Portugal atual, e onde é apresentada a expansão urbanística da cidade, lembrando
a construção de estruturas como a ponte sobre o Tejo, o aeroporto e a rede de
metro e também o Parque das Nações, criado para a Expo98.
Foi uma enriquecedora viagem pelo tempo, que nos permitiu
recordar, através de obras como maquetas, gravuras, pinturas, fotografias,
mobiliário, cerâmica e azulejos, alguns dos momentos marcantes da transformação
desta nossa Lisboa que habitamos, uma das capitais mais antigas da Europa.
2 Comments:
Excelente! Bem hajam! Um grande abraço a essa equipa maravilha.
Sempre muito agradável de ler, são memórias que assim ficam escritas. Obrigada Glória.
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