25 Abril 74 - as memórias do Alberto
No dia 25 de
Abril de 1974, às 7 horas da manhã recebi um telefonema de um amigo que me
disse para ligar o rádio pois parecia que havia uma revolta das Forças Armadas.
Ao ligar o rádio ouvi um comunicado do MFA: “Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas”, que relatava a existência de um movimento militar que tinha como objectivo derrubar o regime em que vivíamos. Também avisava a população para se manter em casa calmamente a aguardar notícias.
Às 9 da manhã já estávamos em casa duns amigos nossos que moravam muito perto, para ver a Revolução. Em nossa casa não havia televisão e o aparelho de rádio era fraquinho. Éramos oito (quatro adultos e quatro crianças).
Lá nos entretivemos durante todo o dia à espera de notícias, até que por volta da 1 hora do dia 26 vimos e ouvimos o Conselho da Revolução a explicar o que se tinha passado.
Nota final: tudo isto não era para mim uma grande surpresa, pois no início de Abril numa ida a Angola fui portador de uma mensagem oral, dada por um dos responsáveis do Movimento dos Capitães em Lisboa para o oficial responsável do Movimento em Angola.
E assim se passou um calmo 25 de Abril.
Alberto Magalhães, em 25 de Abril de 2020.
Ao ligar o rádio ouvi um comunicado do MFA: “Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas”, que relatava a existência de um movimento militar que tinha como objectivo derrubar o regime em que vivíamos. Também avisava a população para se manter em casa calmamente a aguardar notícias.
Às 9 da manhã já estávamos em casa duns amigos nossos que moravam muito perto, para ver a Revolução. Em nossa casa não havia televisão e o aparelho de rádio era fraquinho. Éramos oito (quatro adultos e quatro crianças).
Lá nos entretivemos durante todo o dia à espera de notícias, até que por volta da 1 hora do dia 26 vimos e ouvimos o Conselho da Revolução a explicar o que se tinha passado.
Nota final: tudo isto não era para mim uma grande surpresa, pois no início de Abril numa ida a Angola fui portador de uma mensagem oral, dada por um dos responsáveis do Movimento dos Capitães em Lisboa para o oficial responsável do Movimento em Angola.
E assim se passou um calmo 25 de Abril.
Alberto Magalhães, em 25 de Abril de 2020.
10 Comments:
Um grande abraço ao Berto, pela sua crónica, com um cheirinho a África,num curioso instantâneo, enquadrando um bravo soldado de Abril, barbudo e em plena forma física...
Estas memórias são o reviver de tempos únicos que tivemos o privilégio de viver, e que hoje ainda nos despertam sentimentos de felicidade.
Saúde para todos e 25 de Abril Sempre!
Olá Berto, que ricas lembranças .
abraço
Viva Camarada. Gostei de ver com aquele ar de guerrilheiro da Serra Maestra!
Fiquei no entanto surpreendido do meu grande amigo ter ido a Angola no principio de Abril e não ter ido visitar a Ninda o seu amigo... Mas estás perdoado!!
Grande e forte abraço!!!
Albano
Excelente físico, boa atitude, preparado para a revolução.
Um depoimento sentido que reflete um estado de espirito enquadrado com os tempos que se seguiram.
Abraço
Belo guerrilheiro!
Abraço,
Lena
Este comentário foi removido pelo autor.
Interessante saber como foi o teu 25 de abril de 74. A foto que escolheste é um espanto.
Abraço
ALBERTO MAGALHAES, o mensageiro que em Abril de 1974 fez a diferença na sua ida a Angola
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
(Ary dos Santos)
A recordarO BLOGUE NÃO PODE PARAR
Também passei um calmo 25 Abril, mas na rua.
E felizmente que não cheguei a ser "tropa"
Enviar um comentário
<< Home