As nossas Fotos com História – Parte I
Vamos com este
post iniciar a publicação das fotografias e dos textos desta interessante
iniciativa, na qual se pedia a cada Atriunista que apresentasse uma foto de um
momento marcante da sua vida, ou de um momento de convívio do Atrium que lhe
foi particularmente interessante, a qual teve uma ampla adesão.
Dado o elevado
número de participantes, 19 no total, iremos publicar os trabalhos ao longo de
vários posts, com o intervalo de um dia, possibilitando assim uma melhor
apreciação dos interessantes contributos que foram produzidos.
Essa publicação
irá ser feita pela ordem da apresentação das contribuições, pelo que hoje
poderão apreciar as Fotos com História da Marina, da Manuela
Aguiar e do Alberto Magalhães.
Todos sabemos que as fotografias
contam histórias, quantos de nós já não encontramos em casa de pais ou avós
caixas com fotografias antigas, quantos de nós já não passámos serões a ouvir
histórias do passado através dessas fotografias? São memórias, são recordações
que fazem parte daquilo que somos.
Foi muito difícil escolher uma foto
para mostrar aqui, porque é difícil escolher entre tantas que registam momentos
que foram marcantes na minha vida.
Para simplificar trago hoje aqui uma
foto da minha subida à montanha do Pico decorria o ano de 1996 (há 25 anos
atrás)
E porquê?
Porque foi duro…, mas mágico!
Começamos por subir por volta das 19 horas, estava uma
chuva miudinha, o nevoeiro era denso e húmido, mas o guia, o Sr. Carlos Lopes,
garantia que depois de passarmos para cima das nuvens o céu estava descoberto.
E assim foi, passado algum tempo de subida, a atmosfera estava limpa, mas por
cima das nossas cabeças havia outro manto de nuvens e nesse intervalo,
conseguimos ver a ilha do Faial e o sol a pôr-se por trás da ilha.
Continuamos a subir, os joelhos sentem logo a dureza
do solo, os ziguezagues permanentes por entre as pedras pedem equilíbrio e
atenção, a cabeça cansa-se, parece que nunca mais vamos chegar, sempre atrás do
guia. Á nossa frente iam os jovens, Daniela, João Pedro, Ruben, Zé Menezes, o
Zé Carlos fechava a fila. A escuridão tomou conta de tudo, um silêncio absoluto,
numa mão a lanterna, na outra há muito que o cajado tinha ficado para trás pois
era necessário agarrarmo-nos à rocha, e eis que tínhamos atingido a cratera grande
por volta da meia noite.
Não se via nem ouvia nada. Com as lanternas lá
procuramos umas grutas para dormir um pouco (algumas delas já estavam ocupadas
por outros viajantes/alpinistas). Dividimo-nos pelas que estavam vagas e lá
tentámos dormir um pouco (o que foi difícil com o luar extremamente forte e com
um palmo de espaço acima da cabeça…). Pelas 5 horas da manhã veio o guia
chamar-nos, para fazermos a última etapa, a subida ao Piquinho a tempo de ver o
sol nascer.
Mal dormidos, com dores nas costas da falta de
colchão, lá seguimos o guia. São só 70 metros com uma inclinação de 45 graus,
mas foi das coisas mais difíceis de que me lembro.
O Piquinho sobe-se quase de gatas… tínhamos que
colocar os pés exatamente onde o guia os colocava, pois tudo à volta se
esboroava, porque a lava não estava consolidada, a boca estava seca, a falta de
dormir, enfim…
Mas lá atingimos o cume, os 2351 metros de altitude (o
ponto mais alto de Portugal) e passada a euforia inicial, como o frio era bastante,
encostamo-nos à Montanha, procurando o calor que vinha das entranhas do vulcão
e saía através das frestas.
Estava num dos mais belos anfiteatros naturais, a
imensidão à minha volta, pronta para o melhor nascer do sol de sempre.
Havia um manto de nuvens aos nossos pés, não bulia uma
aragem, não havia um mosquito, e … de repente o sol começa a espreitar.
A sombra do pico nas nuvens, a lua ainda a espreitar….
Estava a viver um quadro vivo, dos mais belos e
impossíveis de pintar.
Superou as expectativas e valeu a pena. Cada segundo e
toda a pontinha de esforço.
Este momento vai ficar para sempre na minha memória, por
isso o escolhi para partilhar convosco.
Fevereiro de 2021
Marina
Esta foto
foi tirada em agosto de 2017, perto do Quai Finkmatt, em Estrasburgo.
É uma
cidade típica da Alsácia, calma, limpa, jardins muito bem arranjados e flores
por todo o lado.
Em todas
as pontes dos vários canais que atravessam a cidade, como a que fotografei, há
floreiras floridas durante todo o ano.
Tem cerca
de 600 km de ciclovias e daí as bicicletas pulularem por toda a cidade. Aliás, os
miúdos a partir dos 10anos vão para a escola de bicicleta.
É de
destacar a sua Catedral lindíssima, terminada em 1439, que é a quarta maior
igreja do mundo.
Destacam-se
nela, os vitrais, o seu órgão e o seu Horloge Astronomique.
A cidade
foi bombardeada na Segunda Guerra Mundial, mas a catedral escapou. Todo o
casario á sua volta foi destruído e o que hoje se vê são restauros à época.
Ainda
agora na quarta terça feira de cada mês, ao meio-dia, toca uma sirene, que se
ouve em toda a cidade, a relembrar o fim da guerra.
Creio que
esta cidade e a sua região, a Alsácia com a sua história complicada ora pertencendo
á França ou á Alemanha, merecem uma visita cuidada e demorada.
Fevereiro
de 2021
Manuela Aguiar
VIAGEM À
ÁUSTRIA NO INVERNO DE 2006
Devido às
comemorações dos 250 anos do nascimento de AMADEUS MOZART os preços das viagens
para Viena estavam em saldo. Um amigo nosso sugeriu irmos até lá, para
assistirmos a grandes concertos das obras de Mozart.
Mas… só
depois de aterrarmos em Viena é que fomos à procura dos bilhetes para os espetáculos,
porém as salas estavam todas esgotadas, quer em Viena quer em Salzburgo.
Como
grandes melómanos e apreciadores de Mozart a nossa alegria foi
comprar alguns CDs…
Conseguimos
com calma visitar Viena com os seus monumentos e jardins.
Fomos
também visitar Salzburgo durante três dias. Fizemos a viagem de comboio num dia
de muita neve. A foto foi tirada no decorrer dessa viagem.
A
grande conquista deste passeio acabou por ser uma visita com
muita calma à casa onde nasceu Mozart.
Fevereiro
de 2021
Alberto
Magalhães
1 Comments:
Parabéns à Marina e ao Zé.
Muito interessante.
Albano
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