No Teatro Tivoli conhecemos alguns Anónimos de Abril
“Anónimos de Abril” é um espectáculo com músicas de Rogério Charraz, letras de José Fialho Gouveia e direção musical do pianista Júlio Resende, composto por 14 canções originais e inéditas, que homenageiam homens e mulheres que tiveram um papel importante na Revolução e na Resistência, mas que acabaram por ficar apenas nos rodapés na História.
Joana
Alegre, filha de Manuel Alegre, e João Afonso, sobrinho de José Afonso, juntaram-se
ao projeto e deram voz e alma às canções, onde cada tema, dedicado a esses
nomes menos conhecidos que lutaram pela Liberdade, é apresentado através da
leitura de um texto à qual se segue a parte musical.
Um dos
retratados é Francisco Sousa Mendes, neto do cônsul Aristides Sousa Mendes,
que, no dia da Revolução, integrou a coluna de Salgueiro Maia e foi um dos
homens que escoltou Marcello Caetano após a tomada do Convento do Carmo.
Herculana
Carvalho e Luiz Alves de Carvalho são outros dos “protagonistas desconhecidos”
apresentados em palco. O casal obteve uma autorização excecional para visitar o
filho na Colónia Penal do Tarrafal — situada em Chão Bom, no extremo norte da
ilha de Santiago, em Cabo Verde. O campo de concentração do Estado Novo
que funcionou entre 1936 e 1956 e ficou conhecido como “Campo da Morte Lenta”. Durante
a visita inédita, o casal fotografou todos os presos e as campas dos
prisioneiros mortos. Ao regressarem a Portugal, procuraram as famílias dos
detidos para lhes entregarem as fotografias.
Foi no dia
29 de janeiro que o Atrium teve a oportunidade de começar a celebração dos 50
anos do 25 de Abril de 74, de um modo original e muito enriquecedor.
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