No Palácio Nacional da Ajuda admirando as obras de Miró, que escaparam ao martelo dos leiloeiros da Christie’s
A polémica rebenta em Fevereiro de 2014, quando o Governo da PAF, pela mão do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier (o mesmo que tarifou os jantares no Panteão Nacional em 3.000 euros…), acordava com a leiloeira Christie’s a venda destas obras de Joan Miró (1893-1983), que faziam parte do património do antigo BPN (o tal banco de Oliveira e Costa, do qual Cavaco e Silva e sua filha detiveram 250.000 acções…).
Uma providência cautelar,
um movimento cívico de protesto e uma decisão posterior da Procuradoria-Geral
da República impediram o leilão e as obras regressam a Portugal.
Após este refrescamento da
memória (sempre útil), regressemos ao presente, mais precisamente ao dia 4 de
Novembro de 2017, quando o Atrium se deslocou ao Palácio Nacional da Ajuda onde
o resultado desta polémica está em exposição, depois de ter sido mostrado na
Fundação Serralves, entre Outubro de 2016 e Junho de 2017, registando ali uma
afluência recorde de mais de 240.000 visitantes.
Designada “Joan
Miró: Materialidade e Metamorfose”, a mostra compreende um período de seis
décadas da carreira de Joan Miró, de 1924 a 1981, e as 85 obras expostas, pinturas, desenhos, esculturas, colagens e
tapeçarias, constituem uma viagem pelo percurso do artista catalão.
De destacar as seis pinturas da famosa série sobre
masonite (um tipo de aglomerado de
madeira em que o pintor explorou a superfície rugosa) de 1936, seis sobreteixims
(tapeçarias) de 1972 e 1973 e uma das extraordinárias telas queimadas, de uma
série de cinco, criada para a grande retrospetiva de Miró no Grand Palais de
Paris, em 1974.
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