Uma interessante Tertúlia mostrou-nos algumas das obras preferidas dos atriunistas
Foi um serão,
no dia 12 de Dezembro, em casa da Marina e do José Carlos, no qual cada um dos
participantes apresentou uma obra por si escolhida, pelo significado particular
que lhe atribuiu.
Foram sete
os voluntários nesta primeira sessão (que poderá ser replicada noutras
coordenações), cujas apresentações aqui recordamos resumidamente.
O Albano
trouxe-nos a obra de um pintor, Manuel Amado. Falecido há pouco tempo, em 14 de
Outubro 2019, as suas obras convidam à serenidade. Sobre ele disse o seu amigo
José Cardoso Pires: “Em Manuel Amado o
silêncio faz-se palavra pela celebração da luz. Vai mais longe: confere vida à
cidade com a discretíssima insinuação de poesia e de segredo que paira nesse
mundo deserto de personagens”. A projecção de alguns dos quadros do pintor,
selecionados e comentados pelo Albano, ilustrou a apresentação.
A seguir o
Alberto recordou-nos um livro que povoou a nossa infância, “O Principezinho”, a obra de Antoine de
Saint-Exupéry que é considerado um dos grandes clássicos da literatura infantil
e um inspirador para leitores de todas as idades. Pode-se dizer que esta
história de um rapazinho com cabelos cor de ouro e de um piloto perdido do
deserto vai encantando geração atrás de geração, como nos mostrou o Alberto. A
apresentação foi completada com a leitura de partes do livro, pelo Alberto e
pela Manuela.
O Fernando
veio denunciar a situação a que a Mulher é remetida nas nossas sociedades. E
fez isso através da apresentação do livro “Fêmea
– uma história ilustrada das mulheres”, da autoria de Inês Brasão (texto) e
Ana Biscaia (ilustrações), que é composto por 36 pequenas histórias ilustradas,
que pretendem suscitar o debate em torno de cada um desses fragmentos. Neste
pequeno extrato do livro está sintetizado o essencial da denúncia: “Sabemos que a história oficial fez das
mulheres sujeitos sem história. Fez das mulheres sujeitos sem desejo de falar,
de se exprimir, de ter prazer, de se associar a partidos ou a causas. Fez delas
profissionais de desejo, material de desejo, mas não sujeito de desejo. Fez da
mulher um sujeito sem direito ao desejo de não fazer nada”.
A
colaboração seguinte foi a da Fernanda, que através da música imortal de
Leonard Cohen, recordou e partilhou com os presentes, algumas agradáveis
recordações de momentos significativos da sua vida, nos quais o Pedro foi
personagem fulcral…
O José Maria
trouxe-nos a apresentação de um livro que é uma análise, feita na primeira
pessoa, de uma cultura em crise - a dos americanos brancos e pobres. O livro é
o “Lamento de Uma América em Ruínas”
e nele o seu autor, J. D. Vance, escreve sobre a sua experiência de vida, desde
a mais tenra idade até ao presente. Vance que nasceu na região
desindustrializada da América, conta com detalhe um desfile de desgraças,
tragédias e frustrações que atravessaram a sua infância e adolescência.
Trata-se no
fundo de uma reflexão urgente sobre a perda do Sonho Americano para um largo
espetro da população.
Da Lena veio
a apresentação seguinte, baseada num velho livro de receitas, que nos trouxe algumas
curiosidades sobre a capivara, esta singular espécie de mamífero roedor, considerado
mesmo o maior roedor do mundo, originário da América do Sul.
A última
colaboração pertenceu à Maria que nos falou sobre Graça Morais e a sua obra,
através de uma apresentação de diapositivos, que significativamente intitulou “Graça Morais - O seu trabalho é um modo de
fúria!”.
Natural de
Vieiro, uma pequena aldeia de Trás-os-Montes, a sua obra sempre exprimiu a sua
reflexão e a sua indignação com aquilo que se passa no mundo de hoje; as
injustiças, as desigualdades, a violência contra os mais fracos, a condição das
mulheres, a crise dos refugiados.
De uma
entrevista recente transcrevemos um trecho que define o seu posicionamento como
artista: “Como artistas, não podemos ser
meros espectadores. Eu recuso esse papel de espectadora (…) desde sempre olhei
para a condição humana e, nos últimos anos, desde 2011, as minhas obras são uma
grande reflexão sobre a grande barbárie, os grandes dramas e a minha pintura é
a luta contra essa maldade (...). Através da arte eu sinto que me liberto (...)
Eu falo desse mundo mas há sempre uma esperança na minha pintura".
Uma última
referência para uma simples homenagem que foi feita à memória do José Mário
Branco, no início da sessão, em que escutámos algumas das suas músicas e foram
declamados dois dos seus versos pela Amparo e pela Celeste.
2 Comments:
Que pena, não ter ido...às vezes acontece....BOM ANO aos trabalhadores do BLOG e continuem no próximo ano. Bom trabalho bjs
BOM ANO tb para vocês. Bjos 😘
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