25 Abril 74 - as memórias da Teresa
No dia 25 de
Abril de 1974, levantei-me bem cedo, como de costume, para apanhar o autocarro
nº 28 que me levaria ao antigo INII (Instituto Nacional de Investigação
Industrial), onde deveria entrar pelas 8h da manhã.
Mas nessa manhã, ao sair do banho, o meu pai avisou-me que algo se estava a passar, "parece que houve uma revolução, dizem para não ir para a rua. É melhor não saíres de casa".
Um bocado atarantada por não saber o que se passava e o que devia fazer, resolvi telefonar à minha chefe, que confirmou o que o meu pai anteriormente me tinha dito: "Parece que houve uma revolução, dizem para não ir para a rua. É melhor não saíres de casa".
E assim foi, não fui trabalhar, não saí de casa e fiquei ansiosamente a acompanhar os acontecimentos.
Mas na realidade, só vivi intensamente o 25 de Abril, no primeiro 1º de Maio, quando misturada naquela amálgama de gente unida em direção ao estádio, senti a verdadeira emoção de viver tamanha felicidade.
Mas nessa manhã, ao sair do banho, o meu pai avisou-me que algo se estava a passar, "parece que houve uma revolução, dizem para não ir para a rua. É melhor não saíres de casa".
Um bocado atarantada por não saber o que se passava e o que devia fazer, resolvi telefonar à minha chefe, que confirmou o que o meu pai anteriormente me tinha dito: "Parece que houve uma revolução, dizem para não ir para a rua. É melhor não saíres de casa".
E assim foi, não fui trabalhar, não saí de casa e fiquei ansiosamente a acompanhar os acontecimentos.
Mas na realidade, só vivi intensamente o 25 de Abril, no primeiro 1º de Maio, quando misturada naquela amálgama de gente unida em direção ao estádio, senti a verdadeira emoção de viver tamanha felicidade.
Teresa, Abril 2020
5 Comments:
Para além do interesse dos depoimentos, que nos permitem uma visão da variedade de experiências de um momento importante da nossa vida colectiva, esta iniciativa está a desenterrar do baú as nossas velhas fotos da época, e como uma imagem vale mais do que mil palavras, elas são também um precioso contributo para reviver e recordar aqueles tempos únicos.
Um abraço para o colectivo do Atrium. 25 de Abril Sempre!
Gostei da tua foto da época. Ficas bem de bandolete. Julgo que deve ter sido único 25 de abril caseiro. Logo o primeiro, paciência.
Beijinhos
Preparada para estar a TEMPO no trabalho e não podeste ir trabalhar! Não voltaste para a caminha?
Imagino que nesse dia, em tua casa, só o rádio teve direito ao seu dia de trabalho e do todo o TEMPO de quem queria saber se a
REVOLUÇÃO ACONTECIA.
Pára-me um tempo por dentro
Passa-me um tempo por fora.
O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.
Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora
(Ary dos Santos)
A recordar O BLOGUE NÃO PODE PARAR
Acompanhaste ansiosamente os acontecimentos do dia e no final descansaste e ficaste encantada com o final!! E com os dias seguintes.
E viva o que aconteceu
Uma memoria singela do 25 de abril que reflete a ansiedade que nos atravessava a alma. Sinal de que poucos acreditavam num regime manifestamente fora de época.
E viva o 1º maio.
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