quarta-feira, novembro 24, 2010

O Atrium pelas profundezas das grutas de Mira de Aire

Foi no passado dia 21 de Novembro que visitamos aquelas que são oficialmente uma das 7 Maravilhas de Portugal na categoria ”Grutas e Cavernas”, as Grutas de Mira de Aire.
Estas galerias calcárias do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, situadas na vila de Mira de Aire, bem no coração do Maciço Calcário Estremenho, foram descobertas em 1947.
A sua formação remonta há mais de 150 milhões de anos, na Idade Média Jurássica, altura em que os dinossáurios habitavam a região, como ainda hoje se pode constatar no Monumento às Pegadas de Dinossáurios, existente na Pedreira do Galinha em Ourém / Torres Novas.
A Entrada está a 200m de altura, chegando no interior a atingir 180 metros de profundidade.
Os primeiros homens a entrar na gruta lançaram cordas grossas e, a pulso, desceram até uma pequena galeria. Avançando duas dezenas de metros, encontraram-se como que numa janela aberta sobre um precipício. O que existia em frente, a fraca luz do gasómetro não permitia ver com clareza. Algo como uma grande sala envolta na mais completa escuridão, fazia ecoar as suas vozes e o barulho das pedras que atiravam.
A notícia desta descoberta, que não tinha paralelo em nada conhecido na região, chegou até Lisboa donde acorreram espeleólogos que preparavam a formação de uma Sociedade Científica para o estudo das Grutas. Mira de Aire passou a acolher um grande número de espeleólogos e com eles conviveu. Muitos puderam visitar a nova gruta descoberta e as fotografias das expedições espalharam-se por toda a terra.
Nos anos setenta, com vista ao novo aproveitamento turístico da gruta, com melhores condições de conforto e segurança constitui-se a Sociedade que faz a sua exploração desde a Sala Grande até às partes principais da Galeria Grande. A abertura ao público fez-se a 11 de Agosto de 1974.
Após a profunda caminhada da manhã, seguiu-se um animado almoço na povoação do Livramento, que serviu para aconchegar os estômagos e retemperar as forças.
O dia concluiu-se com uma visita ao Castelo de Porto de Mós, um dos mais originais castelos-solar do nosso país.
Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, viria a ganhar as características palacianas durante o reinado de D. Dinis e mais tarde, em meados do século XV, por iniciativa de D. Afonso 4º conde de Ourém, seria transformado em solar renascentista.
Este castelo-solar apresenta uma planta pentagonal irregular, em estilo gótico e renascentista. Portas e janelas rectangulares e ogivais, bem assim como outros elementos construtivos e decorativos, revelam a coexistência de estilos, bem como similaridades com o Paço de Ourém.

Para um melhor conhecimento das Grutas de Mira de Aire, poderão aceder ao seu site oficial no