terça-feira, janeiro 28, 2014

Como quisemos assinalar o nascimento de William Shakespeare, a 450 anos de distância.

Foi no passado dia 18 de Janeiro que rumámos ao teatro S. Luís para assistir à peça “Como Queiram”, levada à cena pela companhia Arena Ensemble e com encenação de Beatriz Batarda.
Esta comédia pastoril de costumes e enganos, a mais musical de todas as peças de William Shakespeare, (Stratford-upon-Avon, 23 de Abril de 1564) terá sido escrita entre 1599-1606, e publicada em 1623.
O Duque Frederico usurpa o poder ao seu irmão, roubando-lhe as terras e os bens. Para fugir à perseguição, várias personalidades do reino partem para o exílio na floresta de Arden e, disfarçados de camponeses, procuram viver em liberdade, buscando a felicidade, longe das intrigas, da corrupção e dos jogos de poder da corte.
Os pares românticos Rosalinda e Orlando, Olívio e Célia, e Sílvio e Febe buscam a concretização dos seus amores, recorrendo para isso a um inesperado jogo de enganos, que termina num final feliz de regresso a casa.
Fiquemos com a explicação de Beatriz Batarda, para a escolha desta peça, neste momento histórico que vivemos:
Quando pensei nesta peça havia já um prenúncio de crise económica e social a pairar em Portugal. E, senti a necessidade de manifestar uma posição sobre a Europa e o que se passa neste cantinho de mundo. Em Como Queiram, as personagens são expulsas ou exiladas por ambições egoístas, jogos de interesse ou usurpação do poder. Elas são obrigadas a fazer um corte com uma sociedade estruturada, oprimida pelos manuais e pelas regras. Na floresta de Arden, vão ter uma oportunidade para se reencontrar e repensar a sua relação com a vida, a sociedade, o amor... É um recurso muito shakespeariano levar as personagens para um não-lugar, onde cada um se confronta consigo e com aquelas que são as suas necessidades mais autênticas.”
Foi um espectáculo interessante, que no final incluiu um debate com a presença dos actores, equipa técnica e encenadora.
Pena é que as condições acústicas, no 1º balcão, não fossem as melhores, impedindo por vezes a fruição completa do texto da peça.