O Atrium visita o Convento de São Pedro de Alcântara
Foi no último dia do mês de Janeiro, que voltámos ao Bairro
Alto, para uma visita guiada ao Convento de São Pedro de Alcântara,
recentemente aberto ao público.
Este convento foi fundado por iniciativa de D. António Luís
de Menezes, 1º Marquês de Marialva, em cumprimento da promessa por ele feita em
1665, na véspera da Batalha de Montes Claros (Guerra da Restauração), de erigir
em Lisboa um convento dedicado a São Pedro de Alcântara, caso os portugueses
vencessem esta batalha.
Em janeiro de 1670, foi dada autorização régia para a
instalação no local dos franciscanos capuchos, da província da Arrábida.
Em 1833, pelo Decreto de 31 de Dezembro, o convento foi
secularizado e o edifício entregue à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que
aí instalou um recolhimento de órfãs.
O convento é um edifício urbano, integrado na malha do
Bairro Alto, que ocupa um quarteirão de grande extensão, tendo sofrido ao longo
do tempo várias alterações e obras de ampliação. Foi destruído quase por completo
no sismo de 1755, tendo sido a reconstrução iniciada em 1783.
A sua planta é em U, e desenvolve-se em 3 corpos
rectangulares articulados em volta de uma escadaria de 4 lanços, decorada por
azulejos, que representam a condenação de S. Pedro, que conduz a um adro
sobrelevado e lajeado. A entrada para a Igreja, rasgada sob um pórtico de arcos
e galilé, dá acesso simultâneo às Casas do Convento e à Capela dos Lencastres, uma
sumptuosa capela em mármores embutidos, ao gosto italiano, considerada a jóia
deste monumento, edificada neste conjunto mais tardiamente, entre 1686 e 1692.
A Igreja, de nave única largamente iluminada por grandes
janelões, é predominantemente barroca, traduzindo um harmonioso equilíbrio
entre a talha dourada e os azulejos monocromáticos setecentistas. De destacar,
ainda, os frescos do tecto e a tela original de Antoine Quillard, representando
"A Coroação de Nossa Senhora pela Santíssima Trindade". Outro aspecto
curioso desta área, que engloba a Igreja e o Convento, deve-se ao facto de ter
sido constituída em necrópole de pessoas ilustres, entre as quais Manuel da
Maia, sepultado na Casa do Capítulo.
A sua abertura ao público verificou-se em Novembro de 2014.
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