Um dia passado na beira Tejo, revisitando as Linhas de Torres e vagueando nos passadiços dos avieiros
No sábado 7
de março de 2020, o encontro dos atriunistas e amigos foi no Centro
Interpretativo do Forte da Casa, no concelho de Vila Franca de Xira, onde teve
lugar uma apresentação, por três técnicos da autarquia, da integração deste
equipamento militar nas chamadas Linhas de Torres, um conjunto de 152
fortificações militares, construídas para defesa da cidade de Lisboa contra as
invasões dos exércitos napoleónicos em 1810.
Recordemos
que, há cerca de 10 anos, mais exactamente no dia 21 de Abril de 2010, também
numa actividade do Atrium, visitámos no concelho de Torres Vedras o seu museu
municipal e alguns fortes daquela zona. No nosso blogue poderão aceder ao post
“O ATRIUM PELAS LINHAS DE TORRES VEDRAS REVISITANDO A GUERRA PENINSULAR”, onde
se encontra a descrição desta visita.
Voltando ao
Forte da Casa, diremos que esta obra militar n.º 38, foi construída no arranque
da segunda linha de fortificações, numa posição estratégica privilegiada: a
Serra da Albueira, actualmente na área da freguesia do Forte da Casa.
Ele estava integrado
numa série de sete fortes que se estendiam desde a margem do rio Tejo às
alturas da serra, e tinha como objectivo impedir o avanço do exército inimigo
pelas duas principais estradas de acesso à capital, a estrada real de D. Maria
I, que corria junto ao rio, e a estrada real de Vialonga.
A sua planta
é em formato de estrela, dotada de fosso, seis canhoneiras e tinha capacidade
para 340 homens. Foi guarnecido com cinco peças de calibre 9, manejadas por
artilheiros e ordenanças portuguesas.
No exterior
tivemos a oportunidade de apreciar as canhoneiras (aberturas onde eram
colocadas as bocas-de-fogo), o Paiol, destinado à armazenagem dos explosivos e das
munições, e o Parapeito, o muro de protecção contra o fogo inimigo.
Terminada a
visita voltámos à estrada e dirigimo-nos ao nosso próximo destino, a Área
Museológica da Póvoa de Santa Iria. Aí fomos recebidos nas instalações da sede daquela
área, onde pudemos apreciar uma exposição fotográfica “Traços do Rio – Rostos,
Gestos, Vidas”, uma exposição que nos mostra um olhar sobre a comunidade
Avieira da Póvoa de Santa Iria, da autoria de Miguel Mestre.
A manhã
soalheira convidava a uma caminhada e o grupo não se fez rogado partindo pelos
passadiços à beira Tejo, para desentorpecer as pernas, apreciar as bem
conservadas casas de madeira dos avieiros e ganhar algum apetite para o almoço
que se iria seguir.
Novamente a
bordo das viaturas, partimos rumo a Alhandra onde se realizou o repasto no
restaurante “U14”, uma animada, mas muuuuitooooo demorada refeição que teve ao
menos a vantagem de ter permitido um longo e generalizado convívio…
Após uns
momentos relaxantes no passeio à beira do Tejo, de águas brilhantes, refletindo
o Sol que nos acompanhou durante todo o dia, dirigimo-nos ao último ponto da
nossa jornada, o monumento a Hércules, no miradouro, em Alhandra.
Este monumento,
pouco conhecido dos portugueses, foi erigido em memória dos Defensores das
Linhas de Torres, assinalando o seu papel determinante na resistência aos invasores
franceses.
Constituído
por uma estátua de Hércules, no cimo de uma coluna, é da autoria de José Simões
de Almeida, e foi construído no ano de 1883, por ordem do Marquês Sá da
Bandeira, exactamente no local onde se situava o reduto da Boavista (n.º 3), que
pertencia à primeira linha defensiva da capital.
E chegou ao
fim um dia bem passado, pela zona ribeirinha do nosso belo rio Tejo, e todos
regressámos a Lisboa mais arejados e enriquecidos com mais alguns conhecimentos
sobre a Guerra Peninsular, cujo desfecho teve uma importância decisiva na
definição do futuro de Portugal.
E para terminar
esta simples crónica, nada melhor do que um louvor ao nosso rio, cantado neste
inspirado verso de um poema de Manuel da Fonseca.
Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar
1 Comments:
Boa passeata, Boa reportagem e Boas fotos.
MUITAS SAUDADES do dia 7 de Março 2020. Foi tão bom esperar 4 horas pelo almoço, tossir para os companheiros do lado e da frente e sentir-me aconchegada. O CORONA no inicio do encontro, 1 metro de distancia, reduziu-se a15 cm. MARAVILHOSO
Passados 24 dias continuamos RESISTENTES, PRUDENTES E BOA GENTE
BOA QUARENTENA PARA TODOS NÓS
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