O Atrium pelas terras de Castro Verde
Hoje em dia muito se fala das questões do poder local, na maior parte das vezes de um modo superficial, com uma total falta de conhecimento dos esforços e das realizações que em muitos municípios são efectuados, em prol do bem-estar das suas populações.
Esta foi uma jornada rica, na qual pudemos conhecer no terreno a realidade deste concelho alentejano e apreciar as iniciativas, umas já realizadas e outras em curso, inseridas numa dinâmica de desenvolvimento destas terras e das suas gentes.
Tomámos também contacto com as dificuldades presentes e com aquelas que se avizinham num futuro próximo, que ameaçam gravemente os projectos em curso.
A cordial recepção de um amigo de longa data do Atrium, o Miguel Rego, tornou ainda mais profícua esta nossa estadia, realizada no passado dia 22 de Outubro.
Alguns breves dados sobre a região e os locais visitados:
Desde há cerca de 3000 anos que a paisagem da região de Castro Verde é objecto de uma profunda humanização. Marcada pela presença de comunidades humanas que teriam na exploração mineira e na pastorícia as suas principais actividades, desde cedo que aqui se instalam estruturas comunitárias fortemente desenvolvidas, conhecedoras da escrita e com profundos “contactos comerciais" com o Mediterrâneo.
A região de Castro Verde está intrinsecamente ligada ao processo de formação de Portugal e ao fundador. A lendária Batalha de Ourique, em que Afonso I “derrota cinco reis mouros”, tem como pano de fundo o sítio de S. Pedro das Cabeças, localizado a cerca de quatro quilómetros de Castro Verde.
A visita começou com uma recepção de boas-vindas no Parque de Campismo e desenvolveu-se pelos seguintes locais:
O Moinho de Vento é um moinho de torre, cuja origem se perde no tempo. Existe um registo da sua existência datado de 1813: Recuperado em 2003, pela Câmara Municipal de Castro Verde, o moinho do Largo da Feira voltou a moer, depois de inactivo durante mais de 60 anos. Com moleiro residente, pretende ser uma peça viva do conceito museológico que a autarquia desenvolve.
No Museu da Ruralidade, inaugurado em Julho deste ano, visitámos a exposição “Máquinas, Objectos e Memórias da Ruralidade”, que dispõe de um conjunto de alfaias agrícolas e objectos representativos da ruralidade da região, alguns deles centenários, e que no passado, desempenharam um importante papel no desenvolvimento do processo de industrialização da agricultura portuguesa, em particular do Alentejo. Pretende-se deste modo evocar o passado e construir e memória do futuro.
Nas instalações do museu decorreu o almoço, que incluiu um agradável convívio ao som do cante alentejano e da viola campaniça, instrumento de eleição da tradição musical, cujo trinar é hoje uma sonoridade familiar e uma referência desta região.
Passámos depois pelas Hortas Comunitárias, uma interessante iniciativa que consiste na disponibilização de vários talhões (inicialmente 73) de terreno a todos os munícipes que o pretendam para desenvolverem um projecto pessoal de uma horta, dentro de um contexto comunitário.
As hortas localizam-se num terreno adquirido pela Câmara para este efeito junto à estrada de Aljustrel, e irão permitir dar conteúdo à forte ligação à terra destas populações.
A visita prosseguiu no Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, da Liga para a Protecção da Natureza, situado na Herdade do Vale Gonçalinho. A Zona de Protecção Especial (ZPE) de Castro Verde está inserida na Rede Natura 2000, e é a maior área estepária de Portugal (85.000 hectares), onde predomina a agricultura tradicional de cereais de sequeiro com pastagens, ideal para as aves estepárias das quais salientamos a abetarda o sisão o peneireiro-das-torres.
De regresso a Castro Verde, conhecemos o Museu da Lucerna, inaugurado em 2004, onde observámos uma colecção única de Lucernas de época romana (Século I-III d.C.), descobertas em 1994, na localidade de Santa Bárbara dos Padrões. Os milhares de lucernas trazidos à luz do dia durante os trabalhos arqueológicos, permitiram este conjunto único de utensílios de iluminação, decorados com os mais diversos motivos, desde cenas da vida quotidiana ao universo mitológico da
Antiguidade, passando por representações de animais e de simples objectos.
No final visitámos a Basílica Real, cuja igreja actual é de inícios do séc. 18 e tem a sua existência associada ao discurso de glorificação da lenda da Batalha de Ourique. Possui um conjunto notável de painéis Joaninos de exaltação da referida batalha.
Esta foi uma jornada rica, na qual pudemos conhecer no terreno a realidade deste concelho alentejano e apreciar as iniciativas, umas já realizadas e outras em curso, inseridas numa dinâmica de desenvolvimento destas terras e das suas gentes.
Tomámos também contacto com as dificuldades presentes e com aquelas que se avizinham num futuro próximo, que ameaçam gravemente os projectos em curso.
A cordial recepção de um amigo de longa data do Atrium, o Miguel Rego, tornou ainda mais profícua esta nossa estadia, realizada no passado dia 22 de Outubro.
Alguns breves dados sobre a região e os locais visitados:
Desde há cerca de 3000 anos que a paisagem da região de Castro Verde é objecto de uma profunda humanização. Marcada pela presença de comunidades humanas que teriam na exploração mineira e na pastorícia as suas principais actividades, desde cedo que aqui se instalam estruturas comunitárias fortemente desenvolvidas, conhecedoras da escrita e com profundos “contactos comerciais" com o Mediterrâneo.
A região de Castro Verde está intrinsecamente ligada ao processo de formação de Portugal e ao fundador. A lendária Batalha de Ourique, em que Afonso I “derrota cinco reis mouros”, tem como pano de fundo o sítio de S. Pedro das Cabeças, localizado a cerca de quatro quilómetros de Castro Verde.
A visita começou com uma recepção de boas-vindas no Parque de Campismo e desenvolveu-se pelos seguintes locais:
O Moinho de Vento é um moinho de torre, cuja origem se perde no tempo. Existe um registo da sua existência datado de 1813: Recuperado em 2003, pela Câmara Municipal de Castro Verde, o moinho do Largo da Feira voltou a moer, depois de inactivo durante mais de 60 anos. Com moleiro residente, pretende ser uma peça viva do conceito museológico que a autarquia desenvolve.
No Museu da Ruralidade, inaugurado em Julho deste ano, visitámos a exposição “Máquinas, Objectos e Memórias da Ruralidade”, que dispõe de um conjunto de alfaias agrícolas e objectos representativos da ruralidade da região, alguns deles centenários, e que no passado, desempenharam um importante papel no desenvolvimento do processo de industrialização da agricultura portuguesa, em particular do Alentejo. Pretende-se deste modo evocar o passado e construir e memória do futuro.
Nas instalações do museu decorreu o almoço, que incluiu um agradável convívio ao som do cante alentejano e da viola campaniça, instrumento de eleição da tradição musical, cujo trinar é hoje uma sonoridade familiar e uma referência desta região.
Passámos depois pelas Hortas Comunitárias, uma interessante iniciativa que consiste na disponibilização de vários talhões (inicialmente 73) de terreno a todos os munícipes que o pretendam para desenvolverem um projecto pessoal de uma horta, dentro de um contexto comunitário.
As hortas localizam-se num terreno adquirido pela Câmara para este efeito junto à estrada de Aljustrel, e irão permitir dar conteúdo à forte ligação à terra destas populações.
A visita prosseguiu no Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho, da Liga para a Protecção da Natureza, situado na Herdade do Vale Gonçalinho. A Zona de Protecção Especial (ZPE) de Castro Verde está inserida na Rede Natura 2000, e é a maior área estepária de Portugal (85.000 hectares), onde predomina a agricultura tradicional de cereais de sequeiro com pastagens, ideal para as aves estepárias das quais salientamos a abetarda o sisão o peneireiro-das-torres.
De regresso a Castro Verde, conhecemos o Museu da Lucerna, inaugurado em 2004, onde observámos uma colecção única de Lucernas de época romana (Século I-III d.C.), descobertas em 1994, na localidade de Santa Bárbara dos Padrões. Os milhares de lucernas trazidos à luz do dia durante os trabalhos arqueológicos, permitiram este conjunto único de utensílios de iluminação, decorados com os mais diversos motivos, desde cenas da vida quotidiana ao universo mitológico da
Antiguidade, passando por representações de animais e de simples objectos.
No final visitámos a Basílica Real, cuja igreja actual é de inícios do séc. 18 e tem a sua existência associada ao discurso de glorificação da lenda da Batalha de Ourique. Possui um conjunto notável de painéis Joaninos de exaltação da referida batalha.
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