POR UM NOVO ABRIL!
Quarenta anos passados daquele dia inicial, inteiro e limpo, o
Atrium saiu à rua e, pela Avenida da Liberdade abaixo, clamou por um novo Abril
(se aqui seguíssemos o AO teríamos de escrever abril… que regra mais injusta e
desadequada…).
O novo Abril que reclamamos traduz o desejo de travar esta deriva
ultraliberal, que foi definida implacavelmente (e talvez involuntariamente…)
por aquele chefe de bancada de um dos partidos do governo, quando afirmou “o
país está melhor, os portugueses não”.
Esta dicotomia entre o “país” (algumas estatísticas, os ratings, o
défice estrutural, os números) e os “portugueses” (os trabalhadores, os
reformados, as famílias, as pessoas), é a pedra de toque definidora desta
política que orienta a governação do país, cujo principal objectivo é o de
garantir os interesses especulativos dos nossos credores e ao mesmo tempo de
criar mecanismos que desvalorizem o peso do factor trabalho, encarado apenas
como mais um factor de produção e um encargo para as empresas.
Foi contra esta realidade que, no passado dia 25 de Abril, o
Atrium se manifestou nas ruas
de Lisboa. A economia deverá estar ao serviço das pessoas e não o contrário,
tal como se afirmava no Programa do MFA em 1974: é necessário “…uma
nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em particular das
camadas da população até agora mais desfavorecidas”.
Em
jeito de conclusão, pela sua beleza luminosa, recordamos o poema de Sophia.
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home