quarta-feira, maio 28, 2014

O Atrium nos caminhos do Aqueduto, rumo à Muralha de D. Dinis, na igreja de S. Julião, com passagem pelos murais que saíram à rua na Calçada da Glória…

Foi um sábado dedicado a Lisboa, visitando mais alguns pontos de interesse da nossa capital. O dia começou cedo, com um encontro no Jardim do Príncipe Real, onde se situa no seu subsolo o Reservatório da Patriarcal. Este reservatório, construído entre 1860 e 1864 sob projeto do francês Mary, tem uma capacidade de 880 m3, sendo o mais importante reservatório na rede de distribuição de água à zona baixa da cidade. Foi desativado no final da década de 40.
Já dentro do reservatório, após um olhar pela exposição fotográfica aí patente, embrenhámo-nos audazmente pela Galeria do Loreto, sem quaisquer receios claustrofóbicos, e percorremos os 410 metros da sua extensão, desembocando de forma surpreendente das entranhas da terra, no miradouro do Jardim de S. Pedro de Alcântara, para espanto de alguns mirones que ali apreciavam a bela paisagem lisboeta.
Em seguida rumámos até à Calçada da Glória, onde apreciámos um conjunto de obras murais que sob a designação “Venham mais Sete”, reinterpretam o “património muralista do PREC”. As sete paredes em questão foram entregues a artistas conhecidos por uma plasticidade aguerrida adequada ao tema: Carlos Farinha, Nomen, Miguel Januário, Miguel Noronha, Tinta Crua, Telmo Alcobia e Hugo Makarov.
Por fim chegámos à igreja de S. Julião, cuja reabilitação, levada a cabo pelo Banco de Portugal, permitiu a descoberta da muralha de D. Dinis, construída em plena idade média sobre vestígios deixados por romanos e árabes.  
Anos depois, a obra fernandina superou-a em tamanho e eficácia e, depois do terramoto de 1755, os engenheiros do Marquês de Pombal acharam por bem aproveitá-la como alicerce dos novos quarteirões.
Foi uma viagem pelo tempo, nesta galeria subterrânea, desde a ocupação romana até à reconstrução da cidade, depois de 1755. Para ajudar neste regresso ao passado da cidade, há sons de fundo, iluminações especiais e uma primeira contextualização do que era Lisboa no reinado de D. Dinis. Além da recuperação de 31 metros de fortificações foram recuperados dezenas de milhares de objectos e fragmentos cerâmicos.

Por fim ainda visitámos uma interessante exposição de arte moderna, de pintura e fotografia, exposta no espaço de excelência, que é hoje a recuperada igreja de S. Julião.