No Teatro Aberto para ver O Pai
A
primeira actividade do ano de 2017, foi uma ida ao Teatro Aberto, no dia 8 de Janeiro, para assistir à peça O Pai, da autoria do dramaturgo francês
Florian Zeller, e encenada por João Lourenço.
Florian
Zeller, romancista, dramaturgo e encenador, é um jovem autor francês, nascido
em 28 de Junho de 1979, cujas peças têm sido representadas com sucesso em
vários países.
Em
O Pai assistimos ao terrível
avanço da demência na personagem do Pai, interpretada por João Perry, que aos
poucos se vai afundando no labirinto da doença, confundindo tudo, não compreendendo as
conversas, não distinguindo entre os seus pensamentos e a realidade. A
consequência inevitável é a perda de autonomia, o apagamento da identidade e a
profunda solidão.
No
desenrolar da peça, somos confrontados com situações de confusão, troca de
personagens, de espaços, de narrativas, que conduzem a que nunca poderemos
saber se o que estamos a ver é a realidade ou a representação daquilo que o Pai, na sua demência, julga viver.
Aliás,
o próprio autor pretende precisamente esse efeito, quando afirma: “É um prazer escrever uma coisa que
desorienta as pessoas e é exactamente isso que eu gosto como espectador.
Participar na acção, tentar perceber o que é que se passa e constatar mais uma
vez que não se sabe nada. Com o Pai,
tentei realmente fazer com que as pessoas sentissem a história a partir do
interior da doença.”
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