Guiados pela luz dos Faróis, o Atrium rumou até Paço de Arcos
O encontro foi junto da entrada do Museu de Faróis, em Paço de Arcos, na manhã do dia 21 de novembro, sob um sol acolhedor.
A visita guiada começou por volta das 11h40 e transportou-nos através da história destes valiosos equipamentos, desde os primórdios, em que os povos antigos, na escuridão da noite, acendiam fogueiras nas elevações rochosas para servirem de referência aqueles que se aventuravam em explorações marítimas ou actividades piscatórias, até aos nossos dias com recursos a tecnologias evoluídas.
Para a definição exacta do que é um farol, socorremo-nos do Diário
Ilustrado da Marinha, do comandante António Marques Esparteiro:
«Estrutura elevada bem visível no topo da qual se coloca uma luz que
serve de ajuda à navegação. Um farol consta essencialmente do edifício, da
origem luminosa e do aparelho óptico. É colocado nas costas, ilhas, baixios,
etc., e, algumas vezes, montados em barcos especiais surtos, de modo a
constituírem uma marca bem visível no mar. Caracterizam um farol a cor,
carácter, o período e fases, intensidade luminosa e o seu alcance. De dia, a
forma e cor do edifício do farol servem de reconhecimento, e de noite, as
características da luz. Serve de orientação aos navegantes, de noite pela luz,
e de dia, pelo corpo do edifício.»
Historicamente a referência mais antiga remete-nos para o ano 300 A.c.,
quando foi construído o Farol de Alexandria, cidade do Egipto com um dos portos
mais importantes do mundo antigo. Erigido na ilha de Pharos (daí a denominação
“farol” para todos os equipamentos similares) por ordem de Ptolomeu II, tinha
cerca de 130 metros de altura, e sua luz podia ser vista a uma distância de 22
milhas náuticas (cerca de 40km). Era considerado uma das sete maravilhas do
mundo até à sua destruição, por um terremoto em 1300.
Em Portugal, a primeira estrutura classificável como farol, terá sido
mandado erigir em 1528 na foz do Rio Douro pelo Bispo D. Miguel da Silva, em S.
Miguel o Anjo, junto ao local onde, até ao ano de 2008, se encontrou em
funcionamento o farolim da Cantareira. Existem também referências a um farol rudimentar
mandado erguer pelo Bispo do Algarve, D. Fernando Coutinho, no convento existente
no Cabo de S. Vicente, entre 1515 e 1520.
Tecnicamente, a primeira revolução neste sistema de sinalização dá-se no
séc. XVIII com o uso de luzes múltiplas alimentadas a azeite e de reflectores
parabólicos para intensificar o feixe de luz. Um mecanismo de relojoaria
associado, permitia rodar o feixe de luz.
Nos finais do séc. XIX, passou-se ao uso da incandescência a vapor de
petróleo e por sistemas ópticos mais sofisticados, como os desenhados pelo
físico francês Augustin Fresnel (as célebres lentes de Fresnel), e mais tarde, a
energia eléctrica torna-se a fonte de energia utilizada.
Este Núcleo Museológico, na Direcção de Faróis, pretende preservar um
importante espólio obtido em resultado da modernização introduzida durante os
anos 80, que levou à substituição de muitos equipamentos, alguns deles centenários.
Foi uma visita interessante que nos permitiu apreciar as peças que durante dezenas de anos iluminaram a costa portuguesa, permitindo a navegação segura das rotas marítimas.
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