segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Numa manhã luminosa deambulámos por Lisboa ao encontro da Casa da Achada e de Mário Dionísio

O dia nasceu com um céu azul e um sol caloroso. Finalmente Lisboa retomava a sua luz que há tantos dias andava arredia, tudo se conjugava para um excelente dia na cidade à beira Tejo.
Após o encontro na velha Praça da Figueira, embrenhámo-nos na malha fechada das ruas da Mouraria e fomos ter ao Beco das Farinhas, onde a fotógrafa escocesa Camilla Watson dedicou aos velhos moradores uma interessante exposição ao ar livre, denominada Tributo, colocando as suas fotografias impressas nas paredes das suas casas, identificando assim a cidade com os seus habitantes.
Chegados à Casa da Achada, sede do Centro Mário Dionísio, fomos recebidos pela simpatia da Eduarda Dionísio, que durante toda a manhã nos acompanhou numa fascinante viagem pelo mundo do Mário Dinísio. Tomámos contacto com a sua vida, com a sua obra multifacetada de escritor, poeta, pintor, ensaísta, e ficámos a conhecer melhor o cidadão sempre atento aos problemas do seu tempo e da sua gente.
Do site da Casa da Achada – centro Mário Dionísio, extraímos o seguinte texto sobre a sua criação e os seus objectivos:
“O Centro Mário Dionísio nasceu da vontade de tornar público o espólio literário e artístico de Mário Dionísio e o arquivo pessoal de Mário Dionísio e de Maria Letícia Clemente da Silva, professora, que com ele casou em 1940.
A dimensão e riqueza dos materiais (documentos, livros, quadros e outras obras de arte de Mário Dionísio, de Maria Letícia Clemente da Silva e de outros) e a sua diversidade levaram os familiares de Mário Dionísio a adquirir um imóvel em Lisboa, a que foi dado o nome de Casa da Achada, onde este espólio está a ser reunido, tratado e tornado público, sem o dispersar pelas instituições – museus, bibliotecas, centros de documentação, arquivos – que recebem doações e que habitualmente estão confinadas a uma só área.
Assim se facilitará o seu acesso e compreensão, o que não pode deixar de aumentar o seu interesse.
58 pessoas conhecedoras da sua obra e com experiências e saberes diversos, alguns deles especializados (familiares, amigos, familiares de amigos, colegas, ex-alunos, ex-assistentes, críticos que escreveram sobre a obra, historiadores da sua época) entenderam fundar uma Associação que pudesse construir e manter o Centro Mário Dionísio, preservando e tratando o espólio que está na sua origem, tornando-o um arquivo vivo e um motor de actividades que divulguem a sua obra e de outras iniciativas relacionadas com as questões que o percurso e a obra de Mário Dionísio põem, tão actuais hoje como ontem, nas áreas da literatura, da arte, do ensino, da história, da sociedade e da política.”
De destacar a qualidade da recuperação do edifício onde se encontra instalada a Casa da Achada, que veio valorizar muito aquela área do popular bairro da Mouraria.
A manhã terminou com um animado e castiço almoço, servido na mercearia da Casa de Pasto O Eurico no Largo de S. Cristóvão. Foi o final adequado para uma manhã bem vivida nesta nossa cidade, tão bem retratada no fado e na voz do Camané.


Olho a cidade e parece
Que é de tarde que amanhece
Que em Lisboa é sempre dia




1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tópico pensativa neste espaço, tópicos como aqui está dão brilho a quem visitar neste blogue :)
Entrega mair quantidade deste web site, a todos os teus leitores.

19/2/11 22:51  

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