No Teatro Thalia apreciando a música do violoncelista Pavel Gomziakov
E
o Atrium voltou ao Teatro Thalia, no passado dia 14 de Abril, para assistir ao
concerto do violoncelista Pavel Gomziakov, que se apresentou à frente da Orquestra
Metropolitana de Lisboa, interpretando um conjunto de obras que mostraram de um
modo excepcional a versatilidade daquele instrumento.
Nascido em Tchaikovsky, nos Montes Urais, Rússia,
Pavel Gomziakov fez carreira na música clássica influenciado pela sua mãe, professora
e maestrina, que cedo o orientou para o violoncelo. Demorou dois anos a tentar,
até que conseguiu. “A minha mãe empurrou-me e estou feliz por isso”, dirá numa entrevista
dada à Metropolitana.
Artista Associado da Metropolitana ao longo desta
temporada, o violoncelista russo, tem nacionalidade portuguesa. Para um melhor
conhecimento do artista e da sua obra, transcrevemos parte da referida
entrevista.
“Que surpresas vai
apresentar neste concerto? O que é que os espectadores vão poder ver neste
sábado?
É o programa que sempre
quis fazer. Muito positivo, muito alegre. Acho que os espectadores vão gostar
muito. O concerto está dividido em duas partes. A primeira é dedicada à música
italiana, com obras de Rossini e Boccherini, e uma segunda metade do concerto
dedicada à música de Haydn. Este é um concerto sem maestro… Sim, é uma das
particularidades deste programa. Quando foi discutida a minha colaboração com a
Metropolitana para esta temporada, apostou-se na diversidade, e um dos
concertos previstos era este sem maestro. Vou estar com os colegas Ana Pereira
e Nuno Abreu e com uma pequena orquestra. Vai funcionar muito bem, embora nunca
tenha feito nada assim. É fora do comum.
O Pavel assume a direção
musical do concerto e vai tocar o seu violoncelo. Um famoso violoncelo, que tem
uma história que quase dava um filme…
Sim, é verdade. É um
violoncelo histórico de 1703, construído antes de Bach. É uma peça fantástica
com um som extraordinário. Um dos seus primeiros donos foi um amigo de
Beethoven, o violoncelista e compositor Bernhard Romberg.
Está em Portugal há muitos
anos, quase uma década…
Sim, creio que são nove
anos, já lhe perdi a conta. Vivi em Portugal, em Paris, em Londres, depois
voltei para Portugal. Em definitivo estou aqui há três anos.
Além de falar já um
português muito compreensível, o que é que já tem de português?
Não sei se sou capaz de lhe
responder a isso, mas uma coisa é certa: tenho uma excelente relação com
Portugal. E estou muito feliz por ser português. Não sei se sou mais russo ou
português.
Tem dupla
nacionalidade?
Sim. Desde que mudei em
definitivo, obtive a nacionalidade portuguesa e estou muito feliz com isso. Até
porque consegui manter a russa.
O que o atrai em Lisboa?
A primeira vez que aqui entrei,
adorei logo. Acho que é a última capital europeia que ainda tem vida humana.
Deixe-me ver se lhe consigo explicar isto: adoro Londres, Paris é uma cidade
muito bonita, mas está a desaparecer o convívio familiar entre pessoas, que
ainda conseguimos encontrar em Lisboa. Aqui há uma dimensão humana única. Nasci
numa cidade muito pequena, que sempre foi muito familiar. Por isso, ter
encontrado em Lisboa esta tranquilidade é muito reconfortante.”
1 Comments:
Excelente concerto e excelente violoncelista.
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