terça-feira, maio 08, 2018

No Teatro Thalia apreciando a música do violoncelista Pavel Gomziakov


E o Atrium voltou ao Teatro Thalia, no passado dia 14 de Abril, para assistir ao concerto do violoncelista Pavel Gomziakov, que se apresentou à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa, interpretando um conjunto de obras que mostraram de um modo excepcional a versatilidade daquele instrumento.
Nascido em Tchaikovsky, nos Montes Urais, Rússia, Pavel Gomziakov fez carreira na música clássica influenciado pela sua mãe, professora e maestrina, que cedo o orientou para o violoncelo. Demorou dois anos a tentar, até que conseguiu. “A minha mãe empurrou-me e estou feliz por isso”, dirá numa entrevista dada à Metropolitana.
Artista Associado da Metropolitana ao longo desta temporada, o violoncelista russo, tem nacionalidade portuguesa. Para um melhor conhecimento do artista e da sua obra, transcrevemos parte da referida entrevista.
“Que surpresas vai apresentar neste concerto? O que é que os espectadores vão poder ver neste sábado?
É o programa que sempre quis fazer. Muito positivo, muito alegre. Acho que os espectadores vão gostar muito. O concerto está dividido em duas partes. A primeira é dedicada à música italiana, com obras de Rossini e Boccherini, e uma segunda metade do concerto dedicada à música de Haydn. Este é um concerto sem maestro… Sim, é uma das particularidades deste programa. Quando foi discutida a minha colaboração com a Metropolitana para esta temporada, apostou-se na diversidade, e um dos concertos previstos era este sem maestro. Vou estar com os colegas Ana Pereira e Nuno Abreu e com uma pequena orquestra. Vai funcionar muito bem, embora nunca tenha feito nada assim. É fora do comum.
O Pavel assume a direção musical do concerto e vai tocar o seu violoncelo. Um famoso violoncelo, que tem uma história que quase dava um filme…
Sim, é verdade. É um violoncelo histórico de 1703, construído antes de Bach. É uma peça fantástica com um som extraordinário. Um dos seus primeiros donos foi um amigo de Beethoven, o violoncelista e compositor Bernhard Romberg.
Está em Portugal há muitos anos, quase uma década…
Sim, creio que são nove anos, já lhe perdi a conta. Vivi em Portugal, em Paris, em Londres, depois voltei para Portugal. Em definitivo estou aqui há três anos.
Além de falar já um português muito compreensível, o que é que já tem de português?
Não sei se sou capaz de lhe responder a isso, mas uma coisa é certa: tenho uma excelente relação com Portugal. E estou muito feliz por ser português. Não sei se sou mais russo ou português.
 Tem dupla nacionalidade?
Sim. Desde que mudei em definitivo, obtive a nacionalidade portuguesa e estou muito feliz com isso. Até porque consegui manter a russa.
O que o atrai em Lisboa?
A primeira vez que aqui entrei, adorei logo. Acho que é a última capital europeia que ainda tem vida humana. Deixe-me ver se lhe consigo explicar isto: adoro Londres, Paris é uma cidade muito bonita, mas está a desaparecer o convívio familiar entre pessoas, que ainda conseguimos encontrar em Lisboa. Aqui há uma dimensão humana única. Nasci numa cidade muito pequena, que sempre foi muito familiar. Por isso, ter encontrado em Lisboa esta tranquilidade é muito reconfortante.”


1 Comments:

Blogger CelesteMC said...

Excelente concerto e excelente violoncelista.

13/5/18 23:04  

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