O Atrium no ataque aos plásticos, numa sessão em Carnide
Foi no
passado dia 28 de Março que Susana Fonseca, da associação ambientalista ZERO,
veio dinamizar uma sessão que tinha por tema de fundo o problema dos plásticos
nos nossos dias.
Em termos
técnicos, o plástico é um componente orgânico, de polímeros sintéticos, produzido
de forma artificial com base num combustível fóssil, o petróleo.
Com ele são
fabricados os mais diversos objectos que utilizamos nas mais variadas tarefas
do nosso dia-a-dia.
A sua
elevada durabilidade e a dimensão do seu uso, tornaram-se uma grave ameaça, com
elevados riscos ambientais, sendo os oceanos a principal vítimas desta
situação.
Segundo estudos realizados pela comunidade
científica, são lançados anualmente nos oceanos cerca de oito milhões de
toneladas de lixo plástico e seus derivados, uma quantidade que daria para
cobrir 34 vezes toda a área da ilha norte-americana de Manhattan, com uma
camada de lixo à altura dos joelhos de uma pessoa.
A sua lenta
decomposição dá origem aos chamados microplásticos, minúsculos pedaços com
menos de 5 milímetros, que podem ser divididos em duas categorias principais,
de acordo com a sua origem: Os microplásticos primários (cujas principais proveniências são a lavagem de roupas
sintéticas, o desgaste dos pneus das viaturas e os incluídos em produtos de
cuidados pessoais, como os esfoliantes) e os secundários, que provêm da degradação dos objetos maiores, como
sacos de plásticos, garrafas, copos etc..
Enquanto os
primeiros representam entre 15% a 31% dos microplásticos existentes nos oceanos,
os segundos atingem valores entre os 69% e os 81%. Para ter uma ideia da
dimensão do problema, socorremo-nos de um estudo da ONU divulgado em 2017 que
aponta para a existência de 51 biliões de partículas microplásticas nos mares,
500 vezes mais do que estrelas na nossa galáxia.
Ora esses microplásticos
são ingeridos pelos animais marinhos, e podem acabar nos humanos através da
cadeia alimentar.
Para a
redução destes impactos negativos no planeta e nas nossas vidas, há duas ideias
essenciais: Reduzir o uso do
plástico (eliminar totalmente esse uso é impossível) e Reutilizar os objectos, deixando de tratar o plástico como um
produto descartável. Separar o lixo não chega, é preciso mudar comportamentos.
Por fim uma
referência à utilização do chamado plástico biodegradável, que não constitui uma
alternativa tão eficiente, como inicialmente se pensou, pois investigações
recentes concluíram que, ao fim de três anos, sacos biodegradáveis mantinham-se
perfeitamente funcionais.
Toda esta
problemática foi amplamente abordada na sessão, com a preciosa colaboração da Susana
Fonseca, possibilitando que no final saíssemos todos mais esclarecidos por um
lado, e por outro mais sensibilizados para a complexidade dos desafios que ameaçam
as nossas vidas e, sobretudo, as vidas das gerações que nos irão suceder.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home