No Teatro Camões para assistir a uma nova versão do clássico Romeu e Julieta
No último dia de Abril, fomos até ao Teatro Camões para
assistir a uma nova versão, da autoria do coreógrafo Rui Horta, do romance de
Romeu e Julieta, interpretada pela Companhia Nacional de Bailado.
Trata-se de um espectáculo que se mostra pouco consensual,
assim explicado brevemente através das palavras do seu autor, Rui Horta:
“Romeu e Julieta é muito atual. Fala de duas coisas que
andam sempre juntas: o amor e o ódio, e de uma tensão enorme, que para mim não
é a tensão entre Montéquios e Capuletos, não é propriamente uma peça sobre dois
jovens não se poderem encontrar por causa das famílias, mas é mais sobre a
convenção social versus liberdade do indivíduo, que é algo que já temos menos
mas temos ainda hoje em dia. Como as convenções em geral que abafam o indivíduo
estão sempre presentes. Esta peça é sobre isso, a distância enorme entre o
desejo, aquilo que nós queremos, e o que é possível.
O meu Romeu e Julieta não será uma revisitação de um
clássico da Dança ou do Teatro. Mesmo tendo como pano de fundo o texto de
Shakespeare, a obra será uma viagem sensorial fora da narrativa, mas fiel às
duas grandes questões que aborda – a irracionalidade e dependência do ser
humano perante o amor (e a paixão) e perante a morte (e a violência). Eros e
Thanatos, literalmente de mãos dadas, como os dois jovens amantes. Um exercício
multidisciplinar entre a dança, o teatro, a música ao vivo, a arquitetura de
cena e um tema, esse sim, imortal.”
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