domingo, junho 05, 2016

No Teatro Camões para assistir a uma nova versão do clássico Romeu e Julieta


No último dia de Abril, fomos até ao Teatro Camões para assistir a uma nova versão, da autoria do coreógrafo Rui Horta, do romance de Romeu e Julieta, interpretada pela Companhia Nacional de Bailado.
Trata-se de um espectáculo que se mostra pouco consensual, assim explicado brevemente através das palavras do seu autor, Rui Horta:
Romeu e Julieta é muito atual. Fala de duas coisas que andam sempre juntas: o amor e o ódio, e de uma tensão enorme, que para mim não é a tensão entre Montéquios e Capuletos, não é propriamente uma peça sobre dois jovens não se poderem encontrar por causa das famílias, mas é mais sobre a convenção social versus liberdade do indivíduo, que é algo que já temos menos mas temos ainda hoje em dia. Como as convenções em geral que abafam o indivíduo estão sempre presentes. Esta peça é sobre isso, a distância enorme entre o desejo, aquilo que nós queremos, e o que é possível.
O meu Romeu e Julieta não será uma revisitação de um clássico da Dança ou do Teatro. Mesmo tendo como pano de fundo o texto de Shakespeare, a obra será uma viagem sensorial fora da narrativa, mas fiel às duas grandes questões que aborda – a irracionalidade e dependência do ser humano perante o amor (e a paixão) e perante a morte (e a violência). Eros e Thanatos, literalmente de mãos dadas, como os dois jovens amantes. Um exercício multidisciplinar entre a dança, o teatro, a música ao vivo, a arquitetura de cena e um tema, esse sim, imortal.”