quarta-feira, abril 24, 2013

O Atrium pelas barragens e açudes do Vale do Sorraia

Foi num domingo soalheiro, dia 14 de Abril, que o Atrium visitou as barragens de Magos, Montargil e Maranhão e os açudes do Gameiro e Furadouro, infra-estruturas integrantes do Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sorraia.
Com o apoio do mestre Alberto Magalhães, observámos no local, técnicas e estilos diferentes de armazenar, descarregar, irrigar, e aproveitar electricidade da água.
Este Aproveitamento do Vale do Sorraia, constituiu uma das obras de hidráulica agrícola, lançadas pelo estado novo, no âmbito de um modelo social de colonização, levado a cabo pela então existente Junta de Colonização Interna.
Trata-se de um sistema hidroagrícola, constituído pelo sistema de irrigação do Paul de Magos e o do Vale do Sorraia irrigando uma área de 16 351 hectares.
Em 1933 iniciaram-se as obras do sistema de irrigação do paul de Magos através da construção da Barragem de Magos e do restante sistema de canais e valas de irrigação a cargo da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola (JAOHA). O sistema foi inaugurado em 1938. Mais tarde, em 1944, a propriedade do sistema foi transferido para a Associação de regantes e beneficiários do Paul de Magos. Em 1970, esta associação integrou-se na Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia.
Em 1951 iniciaram-se as obras do sistema de irrigação do vale do Sorraia promovida pela Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos as quais foram concluídas em 1958. Em 1959 a propriedade de todo o sistema foi transferida para a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia, onde se mantém até aos dias de hoje.
Para além das barragens e açudes acima indicados, o aproveitamento inclui 9 estações elevatórias, 383 km de rede de distribuição, sendo 112.9 km de canais principais, 98.5 km de distribuidores e 171.6 km de valas de irrigação.
Em média, são cultivados anualmente 12 200 hectares. A capacidade útil de armazenamento das 3 barragens é de 326 600 000 m3 e, em média o consumo de água de rega situa-se em 146 000 000 m3 sendo as principais culturas o arroz com 44.7%,o milho com 36.9% as forragens com 7.6% e o tomate com 6.8% da área cultivada.
Além dos conhecimentos hídricos adquiridos, tivemos o prazer de visitar lugares e aldeias, num Alentejo verdejante demasiado “ensopado” para a época.
Numa volta de cerca de 220 km, com almoço em Brotas (Mora), houve ainda a oportunidade de visitar uma olaria, com visita guiada, incluindo uma demonstração do trabalho do oleiro, onde se mistura a técnica antiga e o modernismo, na preparação e fabrico de barro a utilizar na manufactura e utensílios para uso doméstico, tão característico da região.