sexta-feira, março 21, 2014

Os atriunistas encontraram-se para uma sessão de Prevenção Rodoviária para velhotes, vulgo, seniores

Foi no passado dia 6 de Março (ou foi no dia 7? Ai, esta minha cabeça…) que nos encontrámos em casa da Maria e do Albano para participar numa tertúlia, animada pela amiga Amparo, destinada a sermos confrontados com a nossa pobre condição de condutores, e peões, já um pouco fora de prazo…
A primeira dificuldade foi subir as ingremes escadas da entrada do prédio e acertar com o botão da campainha… os movimentos já não estão muito firmes…e depois fazem estes botões tão pequenos…
Já instalados, depois de uma reconfortante chávena de chá de erva-cidreira, que é muito bom para acalmar (o problema é o chichi a meio da noite, que a bexiga já não aguenta muito…), e de uns bolinhos secos (nós os velhotes temos fama de ser gulosos), lá assistimos à interessante exposição da amiga Amparo que através de umas estatísticas e de alguns conselhos, nos procurou convencer (e não foi preciso muito) das nossas debilidades e limitações enquanto condutores e peões… o que vale é que a memória já não é grande coisa e as coisas mais desagradáveis não vão resistir muito ao passar do tempo.
Já a madrugada ia adiantada, era quase meia-noite (os velhotes têm de se deitar cedo…), lá regressámos às nossas casas, descendo cuidadosamente as tais escadas traiçoeiras e depois fazendo um esforço para nos lembrarmos do sítio onde estacionámos as viaturas (esta memória…).
Enfiadas com alguma dificuldade as chaves nas ignições, lá acelerámos rumo aos nossos lares, quais adolescentes inconscientes, fazendo guinchar os pneus em apertadas curvas e puxando pelas rotações dos nossos potentes bólides. Nem uma colisão, nem um atropelamento, nem um capotamento, nada! Tudo na perfeição! Afinal parece que todos estivemos bem atentos aos ensinamentos da amiga Amparo…
Sãos e salvos, enfiados nos nossos quentinhos pijamas, os comprimidos engolidos com um pouco de água tépida e já aliviados das nossas próteses, lá pregámos o olho para um sono retemperador, que nos iria levar, irremediavelmente mais seniores, a um novo dia das nossas vidas.