terça-feira, agosto 29, 2023

Quem é quem nos Painéis de São Vicente?

E foi com o objectivo de conhecer uma resposta a esta questão, que o Atrium se deslocou no passado dia 17 de junho, até à Casa dos Açores, para participar numa sessão animada pelo Eng.º Fernando Branco, um dos muitos investigadores que ao longo do tempo têm intervindo nesta polémica, que se instalou já definitivamente nos meios académicos ligados à historiografia portuguesa.

Foi uma interessante sessão, que nos prendeu pela clareza da exposição do orador, e pelos bem fundamentados argumentos que utilizou.

Recordemos que os enigmas da iconografia dos Painéis de S. Vicente, pelo menos quanto à identidade das personagens cujos retratos constituem o essencial da obra, suscitaram, e continuam a suscitar, milhares de páginas com hipóteses e interpretações múltiplas e, fundamentalmente, discordantes.

Esta polémica historiográfica, abreviadamente designada por “A Questão dos Painéis”, que já dura há mais de um século e que não parece esmorecer, tem como fulcro o famoso conjunto de seis pinturas do século XV, atribuídas a Nuno Gonçalves e expostas no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.

Os Painéis foram redescobertos em 1883, numa sala escura do Paço Patriarcal de S. Vicente de Fora, embora só em julho de 1895, num artigo de Joaquim de Vasconcelos em O Comércio do Porto, se publicou um primeiro olhar descritivo e crítico sobre a obra.

Mas um estudo completo, do qual ainda hoje se usam as denominações aí avançadas para cada painel (dos Frades, dos Pescadores, do Infante, do Arcebispo, dos Cavaleiros, da Relíquia), só surgiria em 1910, terminado o restauro das pinturas e logo seguido pela sua exposição em permanência no MNAA.

Foi uma tarde enriquecedora, com um olhar sobre a nossa História de antanho, que terminou com uma visita ao interessante edifício da casa dos Açores, guiados pelo nosso companheiro açoriano, José Maria.

17.06.2023





O Atrium de novo em Monsanto à descoberta de plantas comestíveis

Foi no passado dia 10 de junho, que nos encontrámos no Parque Recreativo do Calhau onde, na companhia do biólogo Sérgio Godinho, iniciámos uma caminhada pelos trilhos do parque, em busca das diversas espécies de plantas comestíveis aqui existentes.

Foi um saudável e interessante contacto com a natureza do Parque de Monsanto, descobrindo, com a ajuda do Sérgio, aspectos relacionados com as plantas que, para muitos de nós, eram desconhecidos.

No final, num momento de repouso sob a sombra acolhedora das árvores do parque, saboreámos uma infusão de plantas locais, gentilmente oferecida pelo nosso anfitrião. Foi a cereja no topo do bolo…

Como complemento da informação recolhida na caminhada, juntamos alguns textos extraídos da dissertação de mestrado em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos de Gisela da Rosa Duarte, cujo título é precisamente: “Levantamento e caracterização das plantas alimentícias não convencionais do Parque Florestal de Monsanto”.

Aroeira, dente-de-leão, chicória-do-café, serralha, cardo ou bolsa-de-pastor são algumas das 33 plantas consumíveis não convencionais das 85 espécies identificadas. Estas plantas não convencionais apresentam partes comestíveis como as flores, folhas, raízes, frutos, tubérculos ou as partes aéreas e não possuem nenhuma propriedade tóxica na sua composição química.

Esta flora, nativa ou exótica, pode constituir-se uma alternativa à dieta alimentar. Por exemplo, o dente-de-leão supera os valores nutricionais da alface no que diz respeito ao cálcio, ferro, carboidratos, proteínas, Vitaminas A e C, fósforo e lípidos. Já a serralha, rica em vitaminas A e B, em cálcio e fósforo, pode ser, também, um importante diurético e anti-inflamatório. A planta é totalmente comestível e as suas folhas podem ser utilizadas em saladas.

(…) Já o cardo, de flores amarelas e da família do dente-de-leão, “contém grande quantidade de vitaminas e carboidratos, que apresentam 3% da sua composição total, o nível de gordura é de 0,1% e as proteínas de 0,7%”, com minerais como o potássio, o magnésio ou o zinco à mistura. É uma planta espontânea, que nasce em qualquer ambiente e é, à semelhança do dente-de-leão, totalmente comestível.

(…) A aroeira, de cores rosa e vermelho, tem um sabor doce e pode ser utilizada, entre outros, em sopas, molhos ou temperos para carne e peixe. A aroeira pode ser útil para a confecção de geleias ou chocolate e tem, ainda, uma função medicinal: “É excelente para o tratamento de febres, ferimentos e reumatismos. O óleo essencial extraído do fruto tem acção antimicrobiana contra vários tipos de bactérias, fungos e vírus, além de atividade repelente”.

(…) Já as raízes da chicória-do-café podem ser fervidas e preparadas para substituir a manteiga convencional e, se torradas, podem ser utilizadas para chá ou café, constituindo uma fonte de minerais importantes para o ser humano. Já a bolsa-de-pastor também pode ser servida em saladas e tem um sabor semelhante ao agrião.”

10.06.2023









O 41º aniversário do Atrium comemorado em Caneças, com um aperitivo no Palacete da quinta Nova da Assunção

As comemorações começaram no Largo da Igreja, em Belas, mais precisamente nos jardins do Palacete da Quinta Nova da Assunção, onde realizámos um animado pedipaper que pôs à prova a argúcia, o poder de observação e a cultura geral das/os atriunistas que se esforçaram denodadamente para obterem os melhores resultados.

O percurso do pedipaper permitiu que apreciássemos os magníficos jardins do palacete, nos quais existem pequenos pavilhões, tanques e lagos com destaque para um riquíssimo conjunto de azulejos de grande variedade de cores, da autoria de Luís Ferreira, também conhecido por “Ferreira das Tabuletas”, um pintor de azulejos do século XIX, formado na Fábrica do Rato, autor dos painéis da Cervejaria Trindade e da fachada de um edifício no largo Rafael Bordalo Pinheiro.

Do edifício do palácio, que tivemos a oportunidade de uma breve visita, recordemos que ele foi mandado construir por José Silva Rego (1810 -1864), herdeiro de seu tio, Gregório da Silva Rego, armador e comerciante com ligações ao Brasil.

Inaugurado em 1863, possui um estilo neoclássico tardio, marcado por uma composição arquitetónica muito contida, e constitui um belíssimo exemplar da arquitetura oitocentista com influências exóticas.

Arrumado o pedipaper, com mais ou menos perguntas certas, rumámos até Caneças, onde se iria desenrolar, em casa da Teresa, a segunda parte das brilhantes comemorações.

À chegada aguardava-nos um excelente repasto, em que o fiel amigo era o principal personagem, para além de diversas e apetitosas entradas e de generosas bebidas. Saliente-se, pela oportunidade e pelo bom gosto, a decoração da sala com as capas de diversas publicações do Atrium, boletins informativos e textos de apoio às actividades, uma iniciativa do Albano.

Já mais recuperados do desgaste da manhã, foi o momento para a apresentação de três contributos que vieram enriquecer ainda mais o convívio. O Zé Carlos apresentou um passatempo que desafiava a memória das/os atriunistas para a identificação de um conjunto de fotografias de actividades realizadas no passado. O Albano recorreu à leitura de texto humorístico, escrito há algum tempo atrás, no qual se fazia a previsão sobre a vida futura dos elementos do Atrium, escusado será de dizer que o acerto da futurologia foi total. A Teresa recordou-nos o tempo difícil que vivemos, mas que não nos tirou a capacidade de rir, através das imagens do zoom de um Carnaval da Pandemia.

Como não podia deixar de ser, o ponto final das comemorações foi à volta de um espetacular bolo de aniversário superiormente decorado com as nossas fotogénicas carantonhas… que foram rapidamente esquartejadas e deglutidas.

Fiquemos com as imagens dos diversos momentos desta comemoração, para mais tarde recordar.

21.05.2023















Caminhada por Monsanto rematada por um piquenique

Foi uma actividade saudável de ar livre, num dia soalheiro, que começou com uma caminhada pelo Parque Florestal de Monsanto, que pôs à prova a boa condição física dos elementos do Atrium, malgrado a falta de treinos do grupo e o valor já um pouco inflacionado (?) da sua idade média.

Mas tudo se recompôs com um animado piquenique realizado no final da exigente prova física.

29.04.2023