domingo, maio 26, 2019

Numa interessante sessão com Viriato Soromenho-Marques, questionámo-nos sobre o futuro da Europa



Foi no passado dia 8 de Maio, numa sala da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que tivemos o privilégio de assistir a uma sessão onde Viriato Soromenho-Marques dissertou sobre os graves desafios que a União Europeia enfrenta, nos dias de hoje.
Pelo seu interesse e actualidade, a seguir reproduzimos o extrato de um seu artigo, publicado no Jornal de Letras, no dia 22 de Maio de 2019.
“A UNIÃO EUROPEIA NECESSITA DE UMA CURA DE VERDADE
O que se passa hoje na Europa de 2019, poderia caber bem nas palavras escritas por Ortega y Gasset em 1953, quando a mesquinhez provinciana já se impunha sobre a ambição da integração europeia, apesar do entusiasmo sereno de Jean Monnet: “As nações recolheram-se em casa e calçaram os seus chinelos.” Os governos liberais e as instituições europeias fazem campanhas institucionais contra a abstenção. Contudo, o importante seria compreender por que ficam os eleitores em casa, isto é, por que já não entusiasma hoje o ideal europeu. A resposta honesta a essa pergunta ajudaria a perceber como chegámos à tragédia de um Parlamento Europeu – a única instituição que reflete o projecto de uma europa cidadã, republicana e federal – em que os únicos eleitores que parecem estar mobilizados são aqueles que pretendem transformar o Parlamento num pandemónio para fomentar a fragmentação, conduzindo a Europa a uma definitiva irrelevância.
Os “europeístas” que consideram ser o medo causado pela expectativa da rutura do euro a cola suficiente para manter os cidadãos, mesmo insatisfeitos, dentro da ortodoxia neoliberal que capturou o projecto europeu, deveriam estar mais atentos tanto à nossa história comum, como à condição humana. Para não cair no abismo, a Europa e os europeus precisarão de ter a coragem de olhar, com verdade, para si mesmos. É uma experiência que dói. Mas é a única que ainda nos pode salvar.”.   

E o Atrium foi à Ópera, no Coliseu de Lisboa (onde nos esperava uma surpresa caseira)


Domingo, dia 5 de Maio, na velha casa de espectáculos da Rua das Portas de Santo Antão, assistimos a um belo espectáculo de canto lírico e ópera, a “ÓPERA SPECTACULAR, Montserrat Caballé, Fado & Ópera”.
Para esta apresentação, a Ópera Spectacular juntou o Fado ao canto lírico e prestou uma homenagem à grande Montserrat Caballé, num momento inédito, com a convidada especial Elisabete Matos, que se juntou ao cantor pop Bruno Correia, para uma interpretação do grande êxito “Barcelona”, que nos fez recordar o dueto do extraordinário e saudoso Freddie Mercury com a diva Caballé, no ano dos Jogos Olímpicos de 1992.
Esta Ópera Spectacular tem o mérito de conseguir, através da junção de estilos distintos, uma adesão entusiástica do público, pouco usual nos concertos sinfónicos ou de ópera.
Uma surpresa estava guardada, especialmente para os atriunistas e amigos que estiveram presentes no Coliseu. Na abertura do espectáculo, feita com “O Fortuna” de Carmina Burana, participou o coro “Emotion Voices”, e integrada no coro, lá estava a Marina, que assim teve a sua auspiciosa estreia artística na velhinha casa de espectáculos da Rua das Portas de Santo Antão, perante um auditório de alguns milhares de pessoas.
Uma referência ao elenco de grande nível, são eles: Yolanda Soares (Soprano além de mentora e directora artística); Patrycja Gabrel (Soprano); Inês Madeira (Mezzo Soprano); Bruno Almeida (Tenor); Tiago Sepúlveda (Tenor); Luís Rodrigues (Barítono).
O suporte musical pertenceu à excelente Banda Sinfónica da PSP, dirigida pelo Maestro Subintendente Ferreira Brito, e a representação do Fado contou com a presença da Katia Guerreiro.
Foi uma tarde muito agradável com o belo canto no seu ambiente certo, numa grande festa da música clássica e da ópera, que nos surpreendeu pela sua irreverência e pelo conceito diferente de encarar o canto lírico, fazendo-o chegar a um público mais vasto.


Uma visita ao Convento dos Cardaes


O Convento dos Cardaes, um espaço museológico único na cidade de Lisboa, é um edifício construído no século XVII que resistiu ao terramoto de 1755 conservando por isso as marcas daquele tempo.
Localizado no Bairro Alto, na Rua do Século, foi fundado por D. Luísa de Távora, para alojar religiosas da Ordem das Carmelitas Descalças e ainda hoje exerce uma importante atividade de beneficência, um dos objectivos que presidiram à sua criação. Como forma de angariação de meios financeiros, procede à venda de diversos produtos alimentares produzidos nas suas instalações.
É um claro testemunho do barroco português, desde os dois portais exteriores com os respectivos nichos, de João Antunes, ao interior em que se distinguem os painéis de azulejos monocromos historiados holandeses, as telas de António Pereira Ravasco e André Gonçalves, os embutidos em mármore e a talha dourada, particularmente do retábulo da capela-mor, com sacrário coberto de anjos.
E foi no passado dia 4 de Maio que rumámos ao Bairro Alto, para uma interessante visita a este emblemático convento da cidade de Lisboa.







No Teatro da Trindade para ver os #Emigrantes


No passado dia 12 de Abril, fomos até ao velho Teatro da Trindade, onde Vítor Silva Costa protagoniza a peça #Emigrantes ao lado de Carlos Vieira numa encenação de Ricardo Boléo, a partir de Al Berto, Fernando Pessoa e Slawomir Mrozek.
Da sinopse, extraímos o seguinte trecho:
“Estranhos uns dos outros, encontramos na vulnerabilidade coletiva a derradeira reciprocidade. Vivendo em cidades estrangeiras. O que nos distingue é o que nos permite sentirmo-nos em grupo, ligados por uma condição estranhamente paradoxal de atração e de repulsa. Apregoa-se a liberdade, elogia-se a emancipação. Mas revisitam-se ou criam-se novos fantasmas que alimentam a áspera sensação de ameaça e medo do estranho. Refazem-se fronteiras, nomeiam-se e exilam-se antigos e novos impuros. O sonho de pureza, de descontaminação dos eleitos, é revisitado sem cessar. Devolvendo-nos, implacavelmente, o desconforto da derradeira e estranha reciprocidade.”