domingo, abril 23, 2023

O Atrium na Caixa-Forte do Museu do Tesouro Real

Foi no passado dia 15 de abril, que o Atrium foi até ao Palácio Nacional da Ajuda, para uma visita ao Museu do Tesouro Real.

O espólio está instalado numa enorme caixa-forte (40 metros de comprimento, 10 metros de largura e 10 metros de altura), com três pisos e sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância. Possui portas blindadas de cinco toneladas, vitrinas com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.

A entrada na caixa-forte dourada faz-se pelo terceiro piso, através de um corredor que tem inscrito na parede uma cronologia, com datas e imagens sobre os reis e rainhas responsáveis pela coleção, bem como alguns episódios históricos significativos.

Todo o interior do museu é escuro, sem janelas nem entradas de luz, à exceção da iluminação das montras que varia conforme a peça – a que ilumina o diamante não é a mesma que ilumina a esmeralda.

Numa breve descrição, recordemos que o museu é composto por 11 núcleos, iniciando-se a visita no ouro e nos diamantes do Brasil, onde é apresentada uma amostra de exemplares em bruto dos metais e das gemas.

O espaço dedicado às Ordens Honoríficas, 4º núcleo, reúne um conjunto ímpar a nível nacional, testemunho secular das intensas relações internacionais da corte portuguesa.

No capítulo das Insígnias Régias, são exibidas algumas das mais simbólicas e valiosas joias da Coroa, como as condecorações das Três Ordens Militares — Cristo, Avis e Santiago —, a coroa real, os ceptros, e os dois mantos que serviram os monarcas ao longo da história.

Da coleção de objetos de uso civil em prata lavrada, destaca-se um conjunto de salvas e pratos portugueses quinhentistas. Integraram a chamada Prata de Aparato da Coroa, pela primeira vez apresentada ao público enquanto tal, destacando-se o conjunto reservado desde o final do século XVIII.

No espaço dedicado às Ofertas Diplomáticas, podem ser vistas as duas rosas de ouro papais. O décimo núcleo da exposição é dedicado inteiramente à Baixela Germain, assim designada por ter sido encomendada ao ourives François-Thomas Germain após o Terramoto de 1755. É única baixela completa do mundo.

A visita termina com as Viagens do Tesouro Real, que dá a conhecer a mobilidade do tesouro na sua glória e nas várias vicissitudes.

É caso para dizer, com inteira propriedade: “Foi-se a monarquia, mas ficaram as joias…”.