terça-feira, maio 07, 2019

O Atrium no ataque aos plásticos, numa sessão em Carnide


Foi no passado dia 28 de Março que Susana Fonseca, da associação ambientalista ZERO, veio dinamizar uma sessão que tinha por tema de fundo o problema dos plásticos nos nossos dias.
Em termos técnicos, o plástico é um componente orgânico, de polímeros sintéticos, produzido de forma artificial com base num combustível fóssil, o petróleo.
Com ele são fabricados os mais diversos objectos que utilizamos nas mais variadas tarefas do nosso dia-a-dia.
A sua elevada durabilidade e a dimensão do seu uso, tornaram-se uma grave ameaça, com elevados riscos ambientais, sendo os oceanos a principal vítimas desta situação.
Segundo estudos realizados pela comunidade científica, são lançados anualmente nos oceanos cerca de oito milhões de toneladas de lixo plástico e seus derivados, uma quantidade que daria para cobrir 34 vezes toda a área da ilha norte-americana de Manhattan, com uma camada de lixo à altura dos joelhos de uma pessoa.
A sua lenta decomposição dá origem aos chamados microplásticos, minúsculos pedaços com menos de 5 milímetros, que podem ser divididos em duas categorias principais, de acordo com a sua origem: Os microplásticos primários (cujas principais proveniências são a lavagem de roupas sintéticas, o desgaste dos pneus das viaturas e os incluídos em produtos de cuidados pessoais, como os esfoliantes) e os secundários, que provêm da degradação dos objetos maiores, como sacos de plásticos, garrafas, copos etc..
Enquanto os primeiros representam entre 15% a 31% dos microplásticos existentes nos oceanos, os segundos atingem valores entre os 69% e os 81%. Para ter uma ideia da dimensão do problema, socorremo-nos de um estudo da ONU divulgado em 2017 que aponta para a existência de 51 biliões de partículas microplásticas nos mares, 500 vezes mais do que estrelas na nossa galáxia.
Ora esses microplásticos são ingeridos pelos animais marinhos, e podem acabar nos humanos através da cadeia alimentar.
Para a redução destes impactos negativos no planeta e nas nossas vidas, há duas ideias essenciais: Reduzir o uso do plástico (eliminar totalmente esse uso é impossível) e Reutilizar os objectos, deixando de tratar o plástico como um produto descartável. Separar o lixo não chega, é preciso mudar comportamentos.
Por fim uma referência à utilização do chamado plástico biodegradável, que não constitui uma alternativa tão eficiente, como inicialmente se pensou, pois investigações recentes concluíram que, ao fim de três anos, sacos biodegradáveis mantinham-se perfeitamente funcionais.
Toda esta problemática foi amplamente abordada na sessão, com a preciosa colaboração da Susana Fonseca, possibilitando que no final saíssemos todos mais esclarecidos por um lado, e por outro mais sensibilizados para a complexidade dos desafios que ameaçam as nossas vidas e, sobretudo, as vidas das gerações que nos irão suceder.