quinta-feira, janeiro 24, 2013

O Atrium foi a Almada ver Timão de Atenas, homenageando Joaquim Benite

No passado domingo, dia 20 de Janeiro, fomos até Almada para assistir à peça Timão de Atenas, de William Shakespeare, naquela que foi a última encenação de Joaquim Benite, homem a quem o teatro português tanto deve.
Do texto de Yvette Centeno, tradutora da peça, transcrevemos o seguinte excerto:
“Que interesse, e principalmente que actualidade, conserva ainda hoje esta peça, para que seja levada ao palco? É precisamente por ter um enredo pouco desenvolvido – ou, dizendo melhor, tão centrado e concentrado – e caracteres tão primários em torno da grande figura de Timão que o seu interesse se mantém, chamando a atenção para a realidade crua do servilismo sabujo e hipócrita, da ambição desmedida, da vaidade cega, e por fim, como corolário de todos os defeitos de carácter e de comportamento, da enorme ingratidão humana. Aqui está o Homem, o de ontem como o de hoje, posto a nu com uma crueza impiedosa. É o espelho em que Shakespeare nos mostra a nós mesmos, através da vida de Timão, no auge da sua glória, na hora da sua queda.”
Apesar da chuva que caiu quase todo o dia, foi um agradável convívio que incluiu o almoço no restaurante do Teatro Joaquim Benite, antes do espectáculo.
 



 

A entrada em 2013 foi celebrada em Caneças


Foi em casa da Teresa, nesta vila cujo brasão perpetua a memória da importância da água, exibindo a tradicional bilha de barro, que deixámos 2012 e entrámos no Ano Novo.
Talvez mais do que nunca, a imagem simbólica da água lavando todos os males que por aqui pululam, seja a mais adequada ao novo ano que aí vem. À memória saltam inevitavelmente as palavras do poeta – Manuel da Fonseca – cantadas por aquele extraordinário trovador – Adriano Correia de Oliveira (porque será que os poetas dizem tão bem aquilo que nos apetece gritar?).

Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro

Lava palácios vivendas
casebres bairros da lata
lava negócios e rendas
que a uns farta a outros mata

Que venha então o 2013. Cá estaremos para resistir.