O Atrium foi a Almada ver Timão de Atenas, homenageando Joaquim Benite
No passado domingo, dia 20 de Janeiro, fomos até Almada para assistir à
peça Timão de Atenas, de William Shakespeare, naquela que foi a última
encenação de Joaquim Benite, homem a quem o teatro português tanto deve.
Do texto de Yvette Centeno, tradutora da peça, transcrevemos o seguinte
excerto:
“Que interesse, e principalmente que actualidade, conserva ainda hoje
esta peça, para que seja levada ao palco? É precisamente por ter um enredo
pouco desenvolvido – ou, dizendo melhor, tão centrado e concentrado – e caracteres
tão primários em torno da grande figura de Timão que o seu interesse se mantém,
chamando a atenção para a realidade crua do servilismo sabujo e hipócrita, da
ambição desmedida, da vaidade cega, e por fim, como corolário de todos os
defeitos de carácter e de comportamento, da enorme ingratidão humana. Aqui está
o Homem, o de ontem como o de hoje, posto a nu com uma crueza impiedosa. É o
espelho em que Shakespeare nos mostra a nós mesmos, através da vida de Timão,
no auge da sua glória, na hora da sua queda.”
Apesar da chuva que caiu quase todo o dia, foi um agradável convívio
que incluiu o almoço no restaurante do Teatro Joaquim Benite, antes do
espectáculo.