quinta-feira, março 21, 2013

Um fim-de-semana por Coimbra e Buçaco, com um salto a Sangalhos

Este foi um fim-de-semana variado (dias 9 e 10 de Março), que começou com uma visita guiada ao recém-ampliado Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, à qual se seguiu um agradável almoço no restaurante do Museu. O destino seguinte foi Sangalhos, onde fizemos uma visita guiada ao Museu das Caves Aliança, de seu nome “Underground Museum”.
No final do dia rumámos ao Luso, onde jantámos e ficámos instalados no INATEL. A manhã de domingo foi totalmente preenchida com uma visita à Mata do Buçaco, onde entre outros pontos de interesse tivemos a oportunidade de visitar o Museu Militar, alusivo à batalha do Buçaco, que teve lugar na terceira invasão francesa.
O regresso a Lisboa fez-se após o almoço realizado nas instalações do INATEL do Luso.
O Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), uma referência museológica a nível nacional, reabriu ao público, completamente renovado no final de 2012. Em 2006 o museu tinha sido encerrado para uma importante campanha de obras que incluíram a construção de um novo edifício.
A transformação, resultante de seis anos de intervenções, devolveu à cidade de Coimbra um dos seus espaços culturais mais emblemáticos.
Com projecto de arquitectura da autoria de Gonçalo Byrne, o “novo” MNMC divide-se por cinco pisos, tem três vezes mais área expositiva e um espólio muito rico, composto por milhares de peças de escultura, pintura, cerâmica, ourivesaria e têxteis, algumas com dois mil anos de História e 120 pertencentes ao Tesouro Nacional.
De salientar a visita ao criptopórtico - a galeria de dois pisos que sustentava o fórum da Coimbra romana (Aeminium), considerado como a mais significativa obra de engenharia romana em Portugal e uma das mais importantes e que melhor se conhece na Europa.
O museu das Caves Aliança em Sangalhos, o Underground Museum, é um espaço expositivo, que se desenvolve ao longo das tradicionais caves da Aliança Vinhos de Portugal.
Contemplando oito colecções distintas, este equipamento museológico versa áreas como a arqueologia, etnografia, mineralogia, paleontologia, azulejaria, cerâmica e estanharia abrangendo uma impressionante extensão temporal com milhões de anos.
A riqueza do espólio deste museu é enorme, embora as condições da sua exposição não sejam as melhores.
A Mata Nacional do Buçaco, classificada como Imóvel de Interesse Público, constitui um património vivo de elevada riqueza e de uma beleza mágica. O núcleo central é formado pelo Palace Hotel do Buçaco (uma edificação neomanuelina, construída entre 1888 e 1907) e pelo Convento de Santa Cruz.
Situado no pequeno lugar de Almas do Encarnadouro, na Serra do Buçaco, o Museu Militar recolhe nas suas salas o espólio da Batalha do Buçaco travada em 27 de Setembro de 1810 entre as tropas napoleónicas sob o comando do Marechal Massena e as anglo-lusos, comandadas pelo Duque de Wellington.
A Batalha do Buçaco, integrada na última das três invasões napoleónicas a Portugal (com início em Julho de 1810 e termo em Abril de 1811), foi uma das mais importantes batalhas travadas entre o exército francês e o anglo-luso, mobilizando mais de 100 mil homens no total, e foi decisiva para o enfraquecimento definitivo do invasor francês nas Linhas de Torres Vedras.
Como nota final, de referir a destruição de inúmeras árvores na Mata do Buçaco, em resultado do recente temporal que assolou o país.







 


 

Uma tertúlia sobre D. Pedro IV e a sociedade portuguesa no início do séc. XIX

Foi no passado dia 3 de Março, sob a orientação da Maria Viegas, que o Atrium mergulhou num passado recente da nossa história, através da figura controversa de D. Pedro IV, para uns hesitante e mal preparado, para outros, determinado nas decisões políticas mais relevantes que tomou. 
D. Pedro IV nasceu no Palácio de Queluz a 12 de Outubro de 1798, recebendo o nome de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Serafim de Bragança e Bourbon, tendo falecido no mesmo palácio, a 24 de Setembro de 1834, foi sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora, sendo transladado para o Brasil em 1972.
Em 7 de Setembro de 1822, proclama formalmente a independência brasileira, junto ao lpiranga (estado de São Paulo), sendo, mais tarde, proclamado imperador do Brasil.
Tendo abdicado duas coroas, o ex-imperador do Brasil e ex-rei de Portugal, reduzido ao título de duque de Bragança, abandona o Brasil e dirige-se para a Europa com a filha D. Maria II, rainha de nome, por cujo trono se batiam os liberais portugueses espalhados pela Europa, ou reunidos na ilha Terceira. Decide empenhar-se pessoalmente na solução do pleito e a 3 de Março de 1832 assume a regência e nomeia um ministério do qual faz parte Mouzinho da Silveira. Data de então a fase decisiva da luta entre liberais e absolutistas, caracterizada, fundamentalmente, pela revolucionária legislação de Mouzinho e pelo entusiasmo e abnegação de D. Pedro IV, na preparação da expedição militar que, dos Açores, chegará às costas portuguesas (no Norte, próximo de Mindelo), para sentar no trono a jovem soberana e impor a Carta. E nos longos meses do cerco do Porto que o regente, não obstante os defeitos de carácter e de educação, dá a plena medida da pertinácia e dedicação pela causa que encabeçava. A convenção de Évora Monte põe fim a esta cruel guerra civil, e exila o rei absoluto e seu irmão D. Miguel.
Foi um serão vivo e participado que possibilitou um conhecimento mais profundo deste tempo histórico que condicionou o desenvolvimento político e social de Portugal, com reflexos que, de algum modo, se estenderam até aos nossos dias.