quinta-feira, março 11, 2021

As nossas Fotos com História – Parte I

Vamos com este post iniciar a publicação das fotografias e dos textos desta interessante iniciativa, na qual se pedia a cada Atriunista que apresentasse uma foto de um momento marcante da sua vida, ou de um momento de convívio do Atrium que lhe foi particularmente interessante, a qual teve uma ampla adesão.

Dado o elevado número de participantes, 19 no total, iremos publicar os trabalhos ao longo de vários posts, com o intervalo de um dia, possibilitando assim uma melhor apreciação dos interessantes contributos que foram produzidos.

Essa publicação irá ser feita pela ordem da apresentação das contribuições, pelo que hoje poderão apreciar as Fotos com História da Marina, da Manuela Aguiar e do Alberto Magalhães.


Todos sabemos que as fotografias contam histórias, quantos de nós já não encontramos em casa de pais ou avós caixas com fotografias antigas, quantos de nós já não passámos serões a ouvir histórias do passado através dessas fotografias? São memórias, são recordações que fazem parte daquilo que somos.

Foi muito difícil escolher uma foto para mostrar aqui, porque é difícil escolher entre tantas que registam momentos que foram marcantes na minha vida.

Para simplificar trago hoje aqui uma foto da minha subida à montanha do Pico decorria o ano de 1996 (há 25 anos atrás)

E porquê?

Porque foi duro…, mas mágico!

Começamos por subir por volta das 19 horas, estava uma chuva miudinha, o nevoeiro era denso e húmido, mas o guia, o Sr. Carlos Lopes, garantia que depois de passarmos para cima das nuvens o céu estava descoberto. E assim foi, passado algum tempo de subida, a atmosfera estava limpa, mas por cima das nossas cabeças havia outro manto de nuvens e nesse intervalo, conseguimos ver a ilha do Faial e o sol a pôr-se por trás da ilha.

Continuamos a subir, os joelhos sentem logo a dureza do solo, os ziguezagues permanentes por entre as pedras pedem equilíbrio e atenção, a cabeça cansa-se, parece que nunca mais vamos chegar, sempre atrás do guia. Á nossa frente iam os jovens, Daniela, João Pedro, Ruben, Zé Menezes, o Zé Carlos fechava a fila. A escuridão tomou conta de tudo, um silêncio absoluto, numa mão a lanterna, na outra há muito que o cajado tinha ficado para trás pois era necessário agarrarmo-nos à rocha, e eis que tínhamos atingido a cratera grande por volta da meia noite.

Não se via nem ouvia nada. Com as lanternas lá procuramos umas grutas para dormir um pouco (algumas delas já estavam ocupadas por outros viajantes/alpinistas). Dividimo-nos pelas que estavam vagas e lá tentámos dormir um pouco (o que foi difícil com o luar extremamente forte e com um palmo de espaço acima da cabeça…). Pelas 5 horas da manhã veio o guia chamar-nos, para fazermos a última etapa, a subida ao Piquinho a tempo de ver o sol nascer.

Mal dormidos, com dores nas costas da falta de colchão, lá seguimos o guia. São só 70 metros com uma inclinação de 45 graus, mas foi das coisas mais difíceis de que me lembro.

O Piquinho sobe-se quase de gatas… tínhamos que colocar os pés exatamente onde o guia os colocava, pois tudo à volta se esboroava, porque a lava não estava consolidada, a boca estava seca, a falta de dormir, enfim…

Mas lá atingimos o cume, os 2351 metros de altitude (o ponto mais alto de Portugal) e passada a euforia inicial, como o frio era bastante, encostamo-nos à Montanha, procurando o calor que vinha das entranhas do vulcão e saía através das frestas.

Estava num dos mais belos anfiteatros naturais, a imensidão à minha volta, pronta para o melhor nascer do sol de sempre. 

Havia um manto de nuvens aos nossos pés, não bulia uma aragem, não havia um mosquito, e … de repente o sol começa a espreitar.

A sombra do pico nas nuvens, a lua ainda a espreitar….

Estava a viver um quadro vivo, dos mais belos e impossíveis de pintar.

Superou as expectativas e valeu a pena. Cada segundo e toda a pontinha de esforço.

Este momento vai ficar para sempre na minha memória, por isso o escolhi para partilhar convosco.

Fevereiro de 2021

Marina


Esta foto foi tirada em agosto de 2017, perto do Quai Finkmatt, em Estrasburgo.

É uma cidade típica da Alsácia, calma, limpa, jardins muito bem arranjados e flores por todo o lado.

Em todas as pontes dos vários canais que atravessam a cidade, como a que fotografei, há floreiras floridas durante todo o ano.

Tem cerca de 600 km de ciclovias e daí as bicicletas pulularem por toda a cidade. Aliás, os miúdos a partir dos 10anos vão para a escola de bicicleta.

É de destacar a sua Catedral lindíssima, terminada em 1439, que é a quarta maior igreja do mundo.

Destacam-se nela, os vitrais, o seu órgão e o seu Horloge Astronomique.

A cidade foi bombardeada na Segunda Guerra Mundial, mas a catedral escapou. Todo o casario á sua volta foi destruído e o que hoje se vê são restauros à época.

Ainda agora na quarta terça feira de cada mês, ao meio-dia, toca uma sirene, que se ouve em toda a cidade, a relembrar o fim da guerra.

Creio que esta cidade e a sua região, a Alsácia com a sua história complicada ora pertencendo á França ou á Alemanha, merecem uma visita cuidada e demorada.

Fevereiro de 2021

Manuela Aguiar



VIAGEM À ÁUSTRIA NO INVERNO DE 2006

Devido às comemorações dos 250 anos do nascimento de AMADEUS MOZART os preços das viagens para Viena estavam em saldo. Um amigo nosso sugeriu irmos até lá, para assistirmos a grandes concertos das obras de Mozart.

Mas… só depois de aterrarmos em Viena é que fomos à procura dos bilhetes para os espetáculos, porém as salas estavam todas esgotadas, quer em Viena quer em Salzburgo.

Como grandes melómanos e apreciadores de Mozart a nossa alegria foi comprar alguns CDs…

Conseguimos com calma visitar Viena com os seus monumentos e jardins.

Fomos também visitar Salzburgo durante três dias. Fizemos a viagem de comboio num dia de muita neve. A foto foi tirada no decorrer dessa viagem.

A grande conquista deste passeio acabou por ser uma visita com muita calma à casa onde nasceu Mozart.

Fevereiro de 2021

Alberto Magalhães