terça-feira, dezembro 13, 2022

A experiência do SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local) apresentada numa sessão via ZOOM

No dia 5 de maio, realizou-se via ZOOM uma sessão sobre o SAAL, que foi recordado nas suas diversas facetas, pelos elementos que nele participaram ativamente: Albano Pereira, José Carlos, José Cid, Maria Viegas, Silva Carvalho e Fernando Meneses.

Recorde-se que o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) foi um programa estatal de construção habitacional surgido após a Revolução dos Cravos que se propôs colmatar as necessidades habitacionais de populações desfavorecidas em Portugal, seja nos chamados “bairros de lata” ou em núcleos de habitação degradada.

As operações SAAL, porque inseridas no clima social de ação popular que caracterizou o “Período Revolucionário em Curso”, tornaram-se uma referência internacional em termos de participação popular em processos de desenho habitacional e urbano. A interação entre brigadas técnicas de arquitetos e engenheiros e a população organizada em Associações de Moradores contribuiu para o que é considerado um momento ímpar na história da arquitetura portuguesa.

Na sessão foram abordadas as questões relacionadas com a expropriação dos terrenos, com o financiamento das operações, com a organização e a participação dos moradores, com o processo de discussão e realização dos projectos de arquitectura, com a legislação criada para o desenvolvimento do processo, etc.

















A Censura e a defesa do Respeitinho na exposição “Proibido por Inconveniente”

No antigo edifício do Diário de Notícias, guiados pelo José Pacheco Pereira, visitámos a exposição “Proibido por Inconveniente” no dia 21 de abril à tardinha.
A exposição realizada a partir de documentos do espólio do ARQUIVO EPHEMERA, mostra exemplos das várias censuras do Estado Novo, eficaz arma do regime da ditadura. Segundo Pacheco Pereira, a exposição tem também uma intenção pedagógica que é a de “mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação”.
Pelo seu interesse, transcrevemos abaixo, parte do texto da autoria de JPP, incluído na documentação de apoio à exposição.

“A CENSURA E A DEFESA DO RESPEITINHO

“Só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar)

O grande feito da Censura, existente durante 48 anos, foi deixar como herança, até aos nossos dias, uma nostalgia de um Portugal onde todos se entendiam, onde havia “consenso”, onde todos trabalhavam pelo “bem comum”, sem corrupção que não fosse o roubo do pão pelos necessitados, onde havia “respeito” e boa educação. Ou seja, uma nostalgia perversa do Portugal da ditadura.

(…)

Neste sentido, a Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. Muito mais do que a subversão do “político” o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem censura, foi este o seu legado.

A exposição sobre a Censura que o ARQUIVO EPHEMERA realiza em conjunto com a CM de Lisboa, à volta da data do 25 de Abril de 2022, tem por isso uma intenção a que podemos chamar pedagógica, mostrar o que é a Liberdade, pela sua negação.”











O Atrium na Gulbenkian para assistir ao Baby Doll

No dia 2 de abril rumámos até à Fundação Gulbenkian para assistir ao espectáculo Baby Doll, da programação do qual respigámos as seguintes notas:

A partir da Sinfonia n.º 7 de Beethoven, a encenadora francesa Marie-Eve Signeyrole, que em 2017 apresentou na Gulbenkian Música a memorável produção O Monstro no Labirinto, criou agora um novo espetáculo transdisciplinar de enorme fôlego artístico. Baby Doll é uma intensa experiência musical e coreográfica que junta a música de Beethoven, interpretada pela Orquestra Gulbenkian, a apontamentos do clarinetista e compositor Yom. No palco desfia-se uma ficção documental baseada em histórias reais relativas à crise migratória dos nossos dias.

Uma proposta que traz a atualidade para o centro do discurso musical, não deixando que os palcos se alheiem dos problemas que ocupam o mundo.





Uma Exposição muito especial dos quadros do amigo Albano

No dia 25 de fevereiro, no culminar de uma “conspiração” muito bem planeada, surpreendemos o amigo Albano com uma actividade surpresa, para assinalar o seu octogésimo aniversário, que se concretizou numa exposição dos seus quadros nas instalações da Associação 25 de Abril.

Cada um dos amigos escolheu um quadro seu da autoria do Albano, e assim se reuniu um interessante espólio para expor.

Foi uma tarde de afetos e de alegre convívio onde cada conviva teve a oportunidade de justificar a escolha do quadro e de dirigir algumas palavras ao homenageado.